Na maior parte dos povos, o cuidado materno é altamente valorizado. Mas será que o carinho de mãe é realmente tão relevante e influente?
É de longa data a discussão sobre o impacto do meio ambiente e da genéticaem nosso cérebro. Na maior parte dos povos, o cuidado materno junto a seus filhos é altamente valorizado. Mas será que o carinho materno é realmente tão relevante e influente?
Parece que sim. Ao contrário do que imaginávamos, o DNA de nossos neurônios não é tão estático e imutável. Estudos em animais sub-primatas acabam de demonstrar que filhotes de mães que são boas cuidadoras possuem alterações em seu DNA relacionadas a uma diminuição do stress. Se por um lado parece intuitivo que um ambiente favorável diminua o estresse, o surpreendente é que isto possa ser traduzido em alterações no DNA.
Estas mudanças no DNA são possíveis devido a um tipo de genes distintos, chamados de “saltadores”; eles podem replicar-se e instalar-se em diferentes partes do genoma, e assim pode criar neurônios mais adaptados para certas situações. Assim, cada um de nossos neurônios torna-se diferente de seu vizinho. Apesar de menos consistentes, já existem alguns dados em humanos que também sugerem o mesmo tipo de adaptação.
Mas por mais relevante que seja o impacto do meio ambiente, não vamos esquecer o papel da carga genética básica. Vários estudos demonstram claramente que muitas características já presentes nos bastante jovens (como impulsividade, atenção etc) são fatores preditivos para comportamentos dos adultos e adaptação social e profissional no futuro.
Conclusão: um genoma tratado com carinho funciona melhor!