Estação quente e chuvosa favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti; registros da doença já aumentaram 488% em 2019 sobre 2018
São Paulo – Onze estados brasileiros poderão ter surto de dengue a partir de março deste ano, segundo informações do Ministério da Saúde. Todos os estados da região Nordeste, além do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, são considerados de maior risco para doença.
O alerta acontece porque o tipo 2 do vírus da dengue voltou a circular no fim do ano de 2018, depois de 10 anos sob controle, e desde então, vem encontrando populações suscetíveis à doença.
Existem quatro tipos de vírus de dengue (sorotipos 1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente. O sorotipo 2 é o com potencial mais grave.
A situação pode piorar em breve porque as contaminações aumentam no verão, já que a estação quente e chuvosa é mais propícia para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, que transmite o vírus.
Em 2019, o Brasil contabilizou 1.544.987 casos prováveis de dengue e 782 mortes, segundo dados preliminares do Ministério da Saúde. Os registros da doença aumentaram 488% na comparação com 2018.
O crescimento, de acordo com a pasta, foi atípico. Isso porque em 2017 e 2018 poucos casos haviam sido registrados, na comparação com 2015 e 2016.
Para tentar reduzir o número de casos de dengue no país, o Governo Federal iniciou uma campanha de mobilização em setembro do ano passado, antes do período de piora da incidência da doença.
Além disso, o Ministério da Saúde informa que visitou todos os estados da região Nordeste para repassar orientações para o controle do vírus.
Zika e chikungunya
O Ministério da Saúde alerta ainda para o risco de aumento dos registros de zika e chikungunya – doenças que também são transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Em gestantes, a infecção por zika também pode causar microcefalia nos bebês. No ano passado, o Ministério da Saúde registrou 10.708 casos de zika, um aumento de 30% em relação ao ano de 2018. Mas houve queda na mortalidade com três mortes contabilizadas, contra oito em 2018.
Já em relação à chikungunya, foram 132.205 casos registrados em 2019, cerca de o dobro do ano anterior.