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segunda-feira, 23/12/24
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Oposição aumenta pressão contra Maduro com greve geral

A Confederação de Indústrias recomendou às empresas que deem liberdade aos funcionários para participar da greve, porque é ‘um direito constitucional’

Manifestantes foram às ruas na Venezuela para exigir a realização de um referendo sobre a deposição do presidente Nicolás Maduro - 26-10-2016 (George Castellanos/AFP)
Manifestantes foram às ruas na Venezuela para exigir a realização de um referendo sobre a deposição do presidente Nicolás Maduro – 26-10-2016 (George Castellanos/AFP)

A oposição venezuelana pretende intensificar nesta sexta-feira a pressão contra o presidente Nicolás Maduro com uma greve geral que o governo prometeu rebater com intervenções militares nas empresas, caso interrompam atividades. “A convocação de greve cidadã é para o povoo: deixar as ruas e postos de trabalho vazios para pressionar o governo a acatar a Constituição e respeitar nosso direito de eleição”, afirmou a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) em um comunicado.

A greve, que começou às 6h00 locais (8h00 de Brasília) e vai acabar às 18h00 (20h00), é parte da estratégia adotada pela oposição para forçar a saída de Maduro do poder, após a suspensão na semana passada do processo para a convocação do referendo revogatório. Oficiais das Forças Armadas devem inspecionar 720 empresas para verificar suas atividades. Nesta semana, o alto comando militar declarou “lealdade incondicional” a Maduro.

Maduro destacou que responderá energicamente à “sabotagem” e “golpe parlamentar”, como chama a greve e o plano da maioria opositora na Assembleia Nacional de declará-lo em “abandono de cargo”, por considerar o presidente responsável pela crise política e econômica.

Empresários e economistas acusam o modelo chavista de desmantelar a capacidade produtiva do país, muito afetado pela queda dos preços do petróleo e dependente das importações. A Confederação de Indústrias da Venezuela recomendou às empresas que deem liberdade aos funcionários para participar da greve, porque o protesto é “um direito constitucional”. Ao apoiar a convocação da MUD, o vice-presidente da organização empresarial Fedecámaras, Carlos Larrazábal, afirmou que está não é uma paralisação patronal, e sim uma “greve cidadã”.

Aumento fictício — Tentando aplacar os ânimos da população que sofre com a grave crise, nesta quinta, Maduro anunciou o aumento de 40% do salário mínimo. Apesar de ser o quarto aumento em 2016, os venezuelanos reclamam que os salários não cobrem quase nada, ante uma inflação que, segundo o FMI, deve chegar a 700% este ano, a maior do mundo.

De acordo com o instituto Venebarómetro, Maduro enfrenta uma impopularidade de 76,4%, ao mesmo tempo que 67,8% dos venezuelanos se declaram favoráveis à revogação de seu mandato, que vai até janeiro de 2019.

(Com agência France-Presse)

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