Países da Opep e os aliados, como a Rússia, aceitaram cortar produção em 9,7 milhões de barris por dia desde maio para segurar queda nos preços
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou nesta quarta-feira, 15, que aumentará sua produção em agosto, relaxando o nível de cumprimento do acordo multilateral para conter a oferta. Os países envolvidos, porém, garantem que já acontece um aumento na demanda, por isso avaliaram que o impacto nos mercados deverá ser modesto.
A Opep+ tratou do tema ao fim de sua reunião, em comunicado conjunto e também durante entrevista coletiva virtual das autoridades envolvidas. Até agora, o acordo era por um corte de 9,7 milhões de barris por dia, desde maio. A partir de agosto, o corte deve diminuir para “8,1 ou 8,2 milhões” de barris por dia, segundo a entidade. O grupo comentou, contudo, que esse seria um piso e que o corte, na prática, pode ficar um pouco acima disso, chegando talvez a 8,4 milhões de barris.
O grupo disse que o nível de cumprimento do acordo em junho ficou em 107%. Esse nível, contudo, foi atingido graças a cortes voluntários de alguns países, como Arábia Saudita e Omã, e sem esse extra o cumprimento estaria em 95%. A Opep+ disse que os países que não cumpriram o combinado e excederam a cota entregarão planos sobre como pretende compensar isso nos próximos meses.
Segundo a Opep+, pode ainda haver alguns lockdowns em alguns países, mas isso seria algo isolado e a demanda deverá continuar a se recuperar. O grupo enfatizou ainda que o anúncio desta quarta está em linha com o que já havia sido acordado no plano inicial.
Os países da Opep e os aliados, como a Rússia, afirmam esperar aumento na demanda por petróleo também em suas economias. Ministro da Energia russo, Alexander Novak disse na entrevista coletiva que boa parte do aumento na produção em seu país ficará no mercado local, por exemplo.
A Opep+ ainda afirmou que, com as mudanças nos padrões de consumo por causa da pandemia, deve haver maior demanda por gasolina.