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segunda-feira, 23/12/24
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Palocci: Em troca de favores, bancos doaram R$ 50 milhões ao PT durante governos Lula e Dilma

Ex-ministro disse que doações eram “vantagens indevidas de modo dissimulado”

O ex-ministro Antonio Palocci revelou, em acordo de delação premiada, que o Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu cerca de R$ 50 milhões em doações de alguns dos principais bancos do país, como Bradesco, Safra, BTG Pactual, Itaú Unibanco e Banco do Brasil. Segundo informações obtidas pelo jornal O Globo, os valores eram destinados à campanha eleitoral da sigla que, em troca, ofereceu favores durante os governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

De acordo com a publicação, os bancos recebiam informações privilegiadas, como informações sobre mudanças na taxa básica de juros (Selic) e também conseguia apoio do governo, que defendia os interesses das instituições financeiras.

Ele cita, por exemplo, repasses de cerca de R$ 7 milhões feitos pelos grupos Safra e Votorantim ao PT nas eleições de 2010 e 2014, que teriam acontecido em troca de um apoio do BNDES a compra de uma empresa pelo Votorantim. Em outro caso, Palocci afirma que o Itaú Unibanco doou R$ 4 milhões à campanha de Dilma em 2010 depois que o governo atuou favoravelmente à aprovação da fusão das duas empresas.

As instituições financeiras negam as acusações do ex-ministro, e as definem como “mentirosas” e “inverossímeis”, além de dizer que não existem provas das versões. Os bancos também afirmam que as doações foram feitas de forma legal.

Um dos apontamentos de Palocci, no entanto, não foi comprovado. Ele diz que o BTG repassou R$ 4 milhões à campanha de Lula em 2006 em troca de que a gestão agisse contra um processo de um acionista da instituição. Apesar da pena do empresário ter sido reduzida, não existem registros dessa doação

Relembre

Palocci foi ministro da Fazenda de Lula e chefe da Casa Civil de Dilma. Antes de fechar o acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) no ano passado, ele procurou o Ministério Público Federal (MPF), que disse que não havia provas suficientes de seus relatos.

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