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terça-feira, 24/12/24
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Papa denuncia que prisões falharam no objetivo de reinserção

Para o pontífice, a situação das penitenciárias sintetiza o que chamou de “cultura do descarte”

Papa: papa disse ainda que a verdadeira reinserção social começa garantindo oportunidades de desenvolvimento (Alessandra Benedetti – Corbis / Colaborador/Getty Images)

Vaticano — O papa Francisco denunciou nesta sexta-feira (8), que as prisões não vêm conseguindo reinserir os detentos na sociedade, em discurso voltado para os responsáveis da pastoral carcerária, que está realizando um encontro internacional.

“As prisões muitas vezes fracassam no objetivo de promover o processo de reinserção porque carecem de recursos suficientes que permitam atender aos problemas sociais, psicológicos e familiares dos detidos”, declarou o líder religioso.

Para o pontífice, a situação das penitenciárias sintetiza o que chamou de “cultura do descarte” presente em nossas sociedades. “É um reflexo da nossa realidade social e consequência do nosso egoísmo e da nossa indiferença”, opinou.

“Na nossa sociedade, é mais fácil reprimir que educar, negar a injustiça presente nela e criar esses espaços para deixar os infratores no esquecimento que oferecer igualdade de oportunidade de desenvolvimento a todos os cidadãos”, acrescentou.

O papa disse ainda que a verdadeira reinserção social começa garantindo oportunidades de desenvolvimento integral para todas as pessoas. “Só assim serão reduzidas as circunstâncias que favorecem a realização de atos ilícitos”, considerou Francisco, que disse que o sistema atual leva o preso a voltar a cometer delitos quando deixa a cadeia.

“A pessoa enfrenta um mundo que lhe é alheio e que não o reconhece como digno de confiança, chegando inclusive a excluí-lo da possibilidade de trabalhar para obter um sustento digno. Isso provoca que essas pessoas fiquem novamente expostas aos perigos que acompanham a falta de oportunidade de desenvolvimento em meio à violência e a insegurança”, alertou.

Por fim, o líder religioso se mostrou contrário às condenações de prisão perpétua, como foi votado – e rejeitado – no Uruguai recentemente. “Deve haver sempre um horizonte”, afirmou.

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