Auxiliar de limpeza tinha malotes do Banco do Brasil, banco alvo dos criminosos em Santa Catarina. Com ela foram apreendidas munições de fuzis, armas, rádio-comunicadores e drogas. Presa é investigada por organização logística de assaltos como o de Criciúma
A Polícia Civil de São Paulo prendeu nesta quarta-feira (2) uma auxiliar de limpeza de 31 anos suspeita de participação no mega-assalto a uma agência bancária em Criciúma (SC) na madrugada de terça-feira (1).
Ela foi localizada, após uma denúncia, no Jardim Reimberg, Zona Sul da capital paulista. Com a mulher os policiais encontraram malotes de dinheiro do Banco do Brasil, que serão periciados.
A suspeita é que a mulher atue na organização logística de assaltos como o que ocorreu em Criciúma, transportando munição, celulares e dando apoio operacional à quadrilha. Ela é casada com um homem que também é suspeito de ter participado de vários assaltos a banco no país.
Com a mulher foram apreendidos munições de fuzil 7.62mm, rádios transmissões, malotes bancários do Banco do Brasil vazios e armas de fogo de uso proibido. Ela foi presa em flagrante por porte ilegal de armas e tráfico de drogas.
Investigação
Segundo o boletim de ocorrência registrado no 25º Distrito Policial (Parelheiros), os investigadores chegaram até a mulher após receberam denúncias de que uma pessoa envolvida no crime em Criciúma estaria escondida na Zona Sul de São Paulo.
No local da prisão da suspeita, os policiais também encontraram seis tijolos de cocaína, dez telefones celulares e uma caixa contendo espoletas de acionamento de explosivos.
Um carro Fox vermelho também foi apreendido. A polícia apura se o veículo foi utilizado na fuga dos criminosos do assalto em Santa Catarina.
A investigação está sendo conduzida pela 6ª Seccional da Polícia Civil, na Zona Sul de São Paulo.
Mega-assalto
O mega-assalto ocorreu no início da madrugada de terça-feira (1º), quando uma quadrilha sitiou o Centro de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, para assaltar um banco . O grupo fortemente armado invadiu a tesouraria regional de um banco, provocou incêndios, bloqueou ruas e acessos à cidade, usou reféns como escudos e atirou várias vezes.
A polícia encontrou 10 carros utilizados pelos criminosos. Os veículos estavam em um milharal em Nova Veneza, cidade vizinha, e eram de “alta potência e grande valor comercial”, segundo o delegado Vitor Bianco.
Resumo:
- Cerca de 30 pessoas encapuzadas assaltaram uma agência do Banco do Brasil no Centro de Criciúma às 23h50 de segunda-feira (30). A ação durou 1 hora e 45 minutos.
- Pessoas foram feitas reféns e cercadas por criminosos; houve bloqueios e barreiras para conter a chegada da polícia.
- Um PM e um vigilante ficaram feridos. Ninguém morreu. O PM precisou passar por três cirurgias.
- Criminosos fugiram, e parte do dinheiro ficou espalhada pelas ruas. Valor levado e abandonado não foi informado.
- Quatro moradores foram detidos após recolherem R$ 810 mil que ficaram jogados no chão devido a explosão durante o assalto.
- Criminosos também deixaram 30 quilos de explosivos para trás. Polícia não sabe o total utilizado.
- 10 carros usados no assalto foram apreendidos em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.
- A PM acredita, baseada em manchas de sangue encontradas nesses veículos, que pelo menos dois criminosos tenham se ferido.
- Em nota, o Banco do Brasil disse que funcionários não foram feridos, que não há previsão para reabertura da agência e que não informa “valores subtraídos durante ataque às suas dependências”.