A escassez de gás natural na Europa poderia causar uma “batalha pela distribuição” deste recurso energético entre os países europeus, afirmou Friedrich Merz, líder do maior partido de oposição alemão União Democrática Cristã em entrevista à edição NOZ.
“É provável que haja sérios conflitos dentro da UE relacionados à distribuição [de gás] como [ocorreu] em 2015 e 2016, quando houve uma crise de refugiados”, alertou Merz.
De acordo com o político, é necessário criar um plano de distribuição de gás aprovado entre os países da União Europeia.
Ao mesmo tempo, o líder do partido alemão advertiu contra a especulação sobre um possível corte no fornecimento de gás pela Rússia.
“Não devemos falar de tais cenários em declarações públicas. Se a Rússia se comportar de acordo com os contratos, os fornecimentos serão retomados após os trabalhos de reparo”, acrescentou Merz.
Anteriormente, a empresa estatal russa Gazprom limitou o envio de combustível através do gasoduto Nord Stream (Corrente do Norte) devido à recusa do Canadá de devolver as turbinas construídas pela empresa alemã Siemens. Os representantes da corporação notaram que as turbinas não poderão ser enviadas de volta por causa das sanções antirrussas impostas por Ottawa.
Além disso, de 11 a 21 de julho, o Nord Stream vai suspender funcionamento para trabalhos de manutenção planejados.
Dmitry Peskov, porta-voz do presidente russo, tem salientado em várias ocasiões que Moscou nunca utilizou o fornecimento de gás como instrumento para castigar ou punir, vendendo o combustível exclusivamente de acordo com seus interesses econômicos.