Apesar da controvérsia sobre o uso do medicamento, as regras foram divulgadas nesta terça-feira (7) em uma resolução publicada no Diário Oficial
Apesar da controvérsia sobre o emprego do medicamento, a secretaria municipal de Saúde do Rio decidiu regulamentar e padronizar a aplicação da hidroxicloroquina e a cloroquina entre as possíveis alternativas para tratar pacientes com Covid-19 nos hospitais da rede municipal. As regras foram divulgadas nesta terça-feira em uma resolução da secretária municipal de Saude em exercício, Carolina Altoé Velasco, publicada no Diário Oficial. Normalmente, essas medicações são usadas para tratar pacientes de malária ou com doenças autoimunes.
Tanto a cloroquina quanto a sua variação, a hidroxicloroquina, foram liberadas pelo Ministério da Saúde, a critério médico, apesar de não terem sido indicados para o tratamento da Covid-19 pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Segundo a nota técnica, a medicação pode ser usada em casos graves da doença. Para isso, o paciente deve apresentar uma série de sintomas, definidos em um protocolo. Entre eles: dispneia (dificuldade de respirar caracterizada por respiração rápida), choque séptico e frequência respiratória abaixo da que é esperada para a faixa etária.
Antes de prescrever os medicamentos, os profissionais de saúde devem avaliar alguns parâmetros do paciente, como níveis de potássio e magnésio; e a frequência cardíaca, variável conforme o sexo.
A aplicação da medicação é cercada por controvérsia. Em entrevista ao GLOBO, a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz, reforça que esses medicamentos são recomendados para pacientes com doença autoimune e malária. Muitos tiveram dificuldades de encontrar o remédio depois que ele passou a ser usado no tratamento da doença causada pelo coronavírus.
“Eu não prescrevo a hidroxicloroquina. É um medicamento que nem atrapalha nem ajuda, desde que o paciente não tenha problemas cardíacos. Quando tivermos estudo clínico da Fiocruz, poderemos dar uma informação científica”, disse a especialista.
A titular da secretaria municipal de Saúde, Ana Beatriz Busch, que contraiu a doença e ficou internada por uma semana em uma unidade particular, recebeu doses de hidroxicloroquina durante o tratamento. Busch teve alta nesta segunda-feira e
deu detalhes sobre seu tratamento e a evolução da doença em uma entrevista ao GLOBO.