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sexta-feira, 27/12/24
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Presidente da Sabesp descarta em CPI rodízio de água em SP este ano

Jerson Kelman participou de audiência na Câmara Municipal de SP.
Diretor diz que não está ‘contando com a boa vontade de São Pedro’.

O presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Jerson Kelman, descartou a possibilidade de rodízio de água neste ano em São Paulo devido a crise hídrica e disse que a companhia não está contando com a boa vontade de São Pedro.

A declaração foi dada na manhã desta quarta-feira (13) na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sabesp na Câmara Municipal.

“Nós não temos nenhuma previsão de implantar rodízio em 2015, porque diferentemente do que acontecia há um ano atrás, hoje nós temos opção de diminuir a retirada de água do Cantareira”, justificou ele.

Segundo Kelman, a Sabesp não está contando com a “ajuda de São Pedro” para evitar o racionamento.

“Nós imaginamos que São Pedro vai nos castigar mais ainda. Portanto, ninguém está contando com a boa vontade de São Pedro, ao contrário. E se São Pedro se comportar de uma forma camarada, é só bônus, só vantagem”, declarou ele, que alegou que tem visão conservadora ao dizer que a vazão de água deste ano será equivalente a 80% a vazão do ano passado.

Mesmo descartando o rodízio, ele mencionou que a “situação é igual nuvem, sempre muda” e que as autoridades devem estar preparadas para todos os cenários. No entanto, não mencionou quais seriam as medidas de contingência que a empresa colocaria em ação.

Questionado qual o gatilho para o início de racionamento, ele não responde aos vereadores. “É multidimensional, digamos assim”, disse o ser indagado sobre probabilidades matemáticas.

Nós imaginamos que São Pedro vai nos castigar mais ainda. Portanto, ninguém está contando com a boa vontade de São Pedro, ao contrário. E se São Pedro se comportar de uma forma camarada, é só bônus”
Jerson Kelman, presidente da Sabesp

Ele ressaltou que o gatilho não leva em conta apenas a quantidade de água armazenada nos reservatórios, mas também considera a previsão de afluências meteorológicas, com as chuvas, e de vazão. “Se as afluências forem piores que do ano passado nossas hipóteses são extremamente conservadoras, no sentido pessimistas. Nós fazemos uma previsão que nossas afluências serão 80% do ano passado.”

Reajuste
Sobre o aumento de tarifa nas contas da Sabesp que foi 15,24%, sendo que houve outro reajuste há menos de 6 meses de 6,5%, Kelman disse que era necessário devido a mudança de cenário econômico e de falta do produto comercializado, a água.

“É bom recordar que não é a Sabesp quem determina o nível do reajuste. São Paulo tem uma agência reguladora que é a Arsesp”, justificou. Segundo ele, os reajustes ocorrem a cada 4 anos baseados na receita da empresa e potencial de investimento, e anualmente com a correção da inflação. No entanto, há casos em que a empresa pode pedir um novo aumento, como ocorreu neste ano. “Pode ocorrer, excepcionalmente, uma correção tarifária extraordinária.”

De acordo com o presidente da Sabesp, a alteração da previsão sobre gastos com a tarifa elétrica em 2012 e a seca alteraram os custos. “Havia uma previsão do cenário da energia elétrica que não se materializou”, disse. “Ninguém previu e nem poderia prever a seca que ocorreu em 2014”, completou.

Além disso, ele ressaltou que o aumento no valor da conta não tem relação com o bônus concedido aos clientes e menor arrecadação de tarifa.

Dividendos
A Sabesp é uma empresa de capital aberto, com ações majoritárias do governo do estado. No ano passado, a empresa causou polêmica ao distribuir o lucro entre seus acionistas em meio à crise hídrica.

Kelman diz que é favorável à distribuição dos dividendos e que o procedimento será repetido neste ano, pois é uma exigência legal. “A distribuição de dividendos não é uma legislação da Bolsa de Nova York, é uma legislação brasileira. Estaríamos cometendo um crime se não seguirmos a lei.”

Para o presidente da Sabesp, a empresa distribui apenas o mínimo exigido por lei. “Ela não tem distribuído investimentos a não ser o mínimo legal, que é 25% do total dos lucros entre os acionistas”, argumentou. “A remuneração será a mesma, o que acrescentará R$ 6 mil mensais aos salários dos diretores”, declarou.

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