Esforços não funcionaram e presidente americano culpou China, Índia e Rússia por políticas ambientais irresponsáveis
O príncipe Charles passou por volta de uma hora e meia tentando convencer Donald Trump sobre os perigos do aquecimento global. O presidente americano, contudo, insistiu que os Estados Unidos são um país “limpo” e culpou outras nações pela crise de emissões de gases estufa.
Trump e Charles se encontraram em Londres na segunda-feira 3, durante a visita de Estado do republicano ao Reino Unido. Inicialmente, a reunião deveria durar apenas 15 minutos, mas acabou sendo estendida por mais 75 minutos.
Segundo o presidente americano, o príncipe de Gales “foi quem mais falou”. “Ele está muito envolvido em temas de mudança climática e isso me parece genial”, disse Trump em uma entrevista à emissora britânica ITV exibida nesta quarta-feira, 5.
O republicano se disse “impressionado” pelo empenho do herdeiro da coroa britânica em zelar pelo meio ambiente e pelo bem das “futuras gerações”. “[Ele] quer que haja um mundo que seja bom para as futuras gerações, e eu também”, acrescentou sobre sua conversa com o primogênito da rainha Elizabeth II.
O presidente americano confessou que Charles o encorajou a incentivar que os Estados Unidos façam mais contra o aquecimento global, ao que Trump respondeu que seu país “aparece agora entre os mais limpos” de emissões de dióxido de carbono.
O governante americano então culpou países como China, Índia e Rússia por “não contar com um ar muito bom, não ter muito boa água” e pela sua poluição.
Questionado se acredita na existência do aquecimento global, Trump afirmou que “há uma mudança no clima”, mas disse que as temperaturas da Terra estão se modificando e ficando tanto mais quentes quanto mais frias.
O presidente americano é assumidamente um cético a respeito do tema. Em 2012, ele usou sua conta no Twitter para dizer que “o conceito de aquecimento global foi criado pelos chineses e para os chineses com o objetivo de tornar a indústria dos EUA menos competitiva”.
Trump anunciou que retiraria o país do Acordo de Paris sobre o clima em 2017, alegando que o pacto prejudica a economia americana ao impor “grandes sanções” ao país por utilizar valiosos recursos disponíveis no território americano, como gás, carvão e petróleo.
Por outro lado, o príncipe Charles é um grande ativista da causa. O herdeiro ao trono britânico é há tempos um forte crítico daqueles que não acreditam na mudança climática, fez parte de um grande movimento em prol da agricultura sustentável e da proteção às florestas e é coautor de um guia básico para os problemas gerados pelo aquecimento global.
(Com EFE)