Planos dependerão da disposição das farmacêuticas para compartilhar sua tecnologia, segundo a OMS
Planos para os primeiros polos independentes de produção de vacinas contra covid-19 na África poderiam revolucionar a indústria global de vacinas, mas dependerão da disposição das farmacêuticas para compartilhar sua tecnologia, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.
Na semana passada, a agência de saúde sediada em Genebra disse que está montando um polo com a África do Sul para dar a países mais pobres as ferramentas para produzir suas próprias vacinas contra covid-19 usando a tecnologia de RNA mensageiro empregada atualmente nos imunizantes da Moderna e da Pfizer.
Agnès Buzyn, emissária de assuntos multilaterais da OMS, disse que vários outros países africanos e asiáticos também se inscreveram e que conversas com o Senegal e a Tunísia estão “bastante avançadas”.
“Você pode chamá-lo de ‘revolucionário’, já que nunca foi vislumbrado antes com esta velocidade e esta ambição”, disse Buzyn. “A pergunta crucial é: será que aqueles da indústria com a tecnologia mais avançada aceitarão transferi-la?”
A OMS está conversando com Pfizer e Moderna, mas não está claro se elas aceitarão compartilhar sua tecnologia, o que pode minar vendas futuras. Embora a última tenha dito que não aplicará patentes de sua vacina durante a pandemia, alguns especialistas de saúde dizem que o que é necessário com mais urgência para ampliar a fabricação é know-how.
Mas mesmo sem nenhuma ajuda dos gigantes farmacêuticos, startups poderiam preencher a lacuna, ainda que sua tecnologia de RNA mensageiro esteja “menos madura”, disse Buzyn.