Comissão de manifestantes foi recebida pelo governo por volta das 12h50.
Última assembleia, ocorrida na sexta (29), votou pela manutenção da greve.
Seis professores se acorrentaram às grades em frente da escadaria de entrada do prédio da Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, Centro da Capital, no início da tarde desta segunda-feira (1). Uma comissão de manifestantes foi recebida pelo governo por volta das 12h50, segundo informações do SPTV.
Os professores reivindicam aumento e já houve uma tentativa de negociação, que não foi aceita. Na última sexta-feira (29), os manifestantes votaram pela manutenção da greve, que começou em março, em assembleia no vão do Masp, na Avenida Paulista. Depois da reunião, seguiram em direção à Praça da República.
Essa última foi a 11ª assembleia após a reunião que deflagrou a greve, em 13 de março. A concentração da manifestação começou por volta das 14h e durante a assembleia, a Avenida Paulista ficou totalmente interditada no sentido Consolação.
Em nota, a Secretaria Estadual de Educação afirma que a adesão à greve é baixa e 96% dos professores compareceu às salas de aula nesta semana. A Secretaria diz ainda que sete reuniões já foram realizadas e cinco propostas já foram protocoladas, uma delas de uma nova política salarial com data-base em julho. Destacou também que a justiça autorizou o desconto salarial dos grevistas (leia mais abaixo).
Durante a reunião, os professores manifestaram apoio aos protestos que aconteceram em todo o país nesta sexta-feira, Dia Nacional das Manifestações.
Reivindicações
Os professores reivindicam 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias com formação de nível superior. O governo do estado diz ter dado reajuste de 45% no acumulado dos últimos quatro anos. Além disso, informa que parte da categoria receberá até 10,5% de aumento de acordo com desempenho em avaliação. Não houve proposta de reajuste geral para toda a categoria.
A pasta também propôs ampliar o número de professores-coordenadores para as escolas estaduais e pede melhores condições de trabalho. Segundo a categoria, mais de 3 mil salas de aula foram fechadas, o que provoca superlotação das salas de aula restantes. A garantia de direitos para docentes temporários também está entre as demandas dos grevistas.
Cortes de ponto
O governo de São Paulo e a Apeoesp têm disputado judicialmente os salários a serem recebidos pelos professores em greve. Em 7 de maio, a Apeoesp conseguiu uma liminar que obrigava o governo a pagar os professores pelos dias em greve. No dia seguinte, a liminar foi cassada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Em 13 de maio, Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que o governo estadual parasse de registrar faltas injustificadas aos grevistas e descontar os dias parados. O governo recorreu da decisão. Na quarta-feira (20), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o desconto dos dias parados dos professores estaduais.
A Apeoesp apresentou um pedido ao Supremo Tribunal Federal para suspender a decisão, que foinegado pela ministra Cármen Lúcia na quinta-feira (21), em decisão divulgada no dia 22.
A ministra Lúcia não analisou o mérito do pedido, argumentando que a possibilidade de corte de salários de grevistas ainda será analisada pelo STF. Ela negou o pedido dizendo que, como a Apeoesp não é parte na ação que tramita na Corte, não poderia usá-la para suspender a decisão do TJ-SP.
Fonte:g1