Ato convocado pela CUT criticou corrupção, ajuste fiscal e terceirização.
PM estima que mil pessoas tenham participado; não houve confronto.
Professores, terceirizados nas áreas de limpeza e vigilância e aprovados em concursos públicos fizeram um protesto na manhã desta sexta-feira (29) na Praça do Buriti, em frente à sede do governo do Distrito Federal, contra a corrupção, ajustes fiscais e o projeto da terceirização. Eles também pediram a nomeação de orientadores vocacionais e reajuste salarial.
De acordo com a Polícia Militar, o ato reuniu mil pessoas e durou cerca de duas horas. A manifestação foi convocada pela CUT e contou com faixas e declarações em um carro de som. Não houve registro de agressões.
O Sindicato dos Professores estima que cerca de 70% dos profissionais participaram do ato, deixando várias escolas sem aula. Entre uma das unidades estão o Centro de Ensino Fundamental da 104 Norte e Centro de Ensino Médio 304 de Samambaia.
A Secretaria de Educação informou que não possui registro oficial de escolas com aulas suspensas e ressaltou que dias letivos não cumpridos devem ser, por lei, repostos.
A diretora do Sindicato dos Professores Rosilene Corrêa disse que a categoria assimilou a pauta nacional às reivindicações da capital. “Temos hoje um ponto central que é a nomeação de professores e orientadores concursados. A lei prevê que, assim que alguém se aposentar, um deve ser nomeado. Nesse ano não tivemos nenhuma. O aluno vai para casa sem o atendimento e fica extremamente prejudicado. Se for ver a média, não dá um orientador por escola.”
O pedagogo Clodoaldo Silva passou no concurso de novembro do ano passado para orientador educacional do DF e está como professor temporário na rede pública. Ao todo, 1.055 candidatos foram aprovados.
“Prejudica a educação no DF. Temos muita violência nas escolas e o papel do orientador é mediar os alunos, conversar com eles para resolver esses problemas. Segundo o próprio portal da transparência, o DF tem no mínimo 452 vagas para orientadores em aberto”, declarou.
Diretor do Sindiserviços, Antônio de Pádua afirmou que os terceirizados fazem parte de uma categoria “sofrida”. Ele reclama que o reajuste prometido em janeiro ainda não foi pago pelas empresas. “Elas alegam que o GDF está devendo a repactuação de 2013 e 2014 e por isso não estão dando conta de cumprir.”
Os manifestantes também fizeram críticas à forma como o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) tem lidado com a paralisação de professores no estado. Em confronto com a Polícia Militar no final de abril durante votação do projeto que muda o custeio do Regime Próprio da Previdência Social dos servidores estaduais, 213 pessoas ficaram feridas.
Paraná
Professores da rede pública estão em greve há mais de um mês por reajuste salarial de 8,17%, por conta da reposição da inflação – valor que inclui a inflação entre os meses de maio de 2014 e maio de 2015, quando vence a data-base dos trabalhadores estaduais.
Na última quarta, o governo do Paraná apresentou uma proposta de reajuste salarial aos funcionários da rede pública estadual. A proposta oferece aumento de 3,45% neste ano, divididos em três parcelas nos meses de setembro (1,15%), outubro (1,15%) e novembro (1,15%). O valor é referente à inflação medida entre maio e dezembro de 2014.
A categoria não aceitou a proposta e manteve a paralisação. Na próxima semana, o sindicato promete intensificar as ações junto à Assembleia Legislativa do Paraná. “Queremos garantir a aplicação dos 8,17%”, diz o presidente do sindicato, Hermes Leão.
Fonte:g1