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Quase toda população da Europa vive em áreas com níveis perigosos de poluição do ar

Aproximadamente 98% da população da Europa vive em áreas com elevada concentração de partícula PM2.5 , produzidas com a queima de combustíveis fósseis e que podem pas — Foto: Reprodução/Redes sociais

Levantamento feito por The Guardian mostra que a concentração de partículas PM2.5, produzidas pela queima de combustíveis fósseis, chega a ser seis vezes maior do que o recomendado

Aproximadamente 98% da população da Europa vivem em áreas com níveis perigosos de poluição do ar. A afirmação é de um levantamento do The Guardian, feito a partir do cruzamento entre imagens de satélites e dados de instrumentos de medição, para definir a quantidade de poluição no ar do continente.

A análise leva em consideração a concentração de partículas PM2.5 no ar, produzidas com a queima de combustíveis fósseis. Essas partículas são tão pequenas que podem passar pelos pulmões e entrar na corrente sanguínea. Segundo diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), a concentração de PM2.5 no ar não pode ultrapassar 5 microgramas em um metro cúbico, condição vivida por apenas 2% da população desse continente.

O levantamento mostrou ainda que o país mais afetado pela poluição do ar é a Macedônia do Norte, onde quase dois terços da população vivem em regiões onde o ar tem quatro vezes mais concentração de PM2.5 do que o recomendado pela OMS. A capital do país, Skopje, tem concentração seis vezes maior de PM2.5 do que o recomendado.

O estudo mostrou que a poluição do ar é pior no leste da Europa em relação ao oeste europeu, com a Itália sendo exceção. Na região do Vale do Rio Pó, na Itália, a população precisa lidar com uma poluição no ar quatro vezes maior do que o limite indicado pela OMS.

Na Alemanha, três quartos da população vivem com um nível de poluição do ar duas vezes maior do que o recomendado pela OMS. Na Espanha, esse percentual é de 49%, enquanto na França,é de 37%.

‘Portas do inferno’

Nesta quarta-feira, durante a Cúpula da Ambição Climática, em Nova York, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que a crise climática provocada pelas atividades humanas “abriu as portas do inferno’.

— A Humanidade abriu as portas do inferno, como demonstraram os horríveis efeitos do terrível calor — disse Guterres, referindo-se aos “agricultores angustiados” que veem suas colheitas serem devastadas pelas inundações, doenças ligadas às altas temperaturas e incêndios históricos. — A ação climática é ofuscada pela magnitude do desafio.

Em seu pronunciamento, o secretário-geral lamentou a falta de ambição dos governos, criticou as grandes emrpesas e apelou aos principais países emissores que fizessem esforços adicionais para reduzir os seus gases com efeito de estufa.

— O futuro não está decidido, cabe a líderes como vocês escrevê-lo — disse.

A cúpula, convocada por Guterres no fim de ano passado, é a reunião climática mais importante nos Estados Unidos desde 2019, quando a ativista sueca Greta Thunberg disparou seu famoso “Como se atrevem!” aos líderes mundiais. Apesar disso, os dois maiores poluentes do planeta — Estados Unidos e China — não estiveram presentes, bem como o Reino Unido.

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