Amanhã, uma das mais novas cidades do Distrito Federal fica mais velha. Emancipada há 14 anos, Águas Claras comemora 25 anos de fundação. Da antiga realidade, com ruas sem asfalto e comércio incipiente, só sobrou a memória. Hoje, é uma importante região econômica em diversas esferas, inclusive a gastronômica.
Se os dias são de festa, o Divirta-se Mais propõe um brinde. Nas próximas páginas, mostramos locais onde o happy hour reserva boas surpresas. Os 148 mil habitantes não precisam enfrentar os 20km que os separam do Plano Piloto para se divertirem. Se você não tem o amigo da vez, vá de metrô, chame um táxi ou peça um motorista via aplicativo de celular.
Informal, happy hour não precisa ser sinônimo de quitutes imersos em óleo, de mesmice ou de produtos de menor qualidade. A linguiça suína que compõe prato criado no American Prime, por exemplo, é constituída 100% de pernil do animal. “Há um processo interno de qualidade”, assegura Paulo César Ribeiro, um dos sócios da rede.
Essa preocupação com a matéria-prima e o investimento no feito à mão aparece em outros produtos. Até mesmo na cerveja. Se antes o happy hour era marcado por litros e mais litros de cerveja industrial, agora quem dita as regras são as brejas artesanais.
“A experiência de provar novidades e ter satisfação de beber torna a diferença no preço do chope premium irrelevante”, defende Mayara Nayanne, sócia do Taverna Cervejas Especiais, onde a cerveja é extraída na pressão.
Homenagem nas taças
Homenagem nas taças
Nada de mesmice. No Manati, os drinques não ficam apenas no trivial e transbordam criatividade em cada gole. A casa já é um ponto certo em Águas Claras e o sócio Rodrigo Fiuza tenta encontrar a razão: “Nossos drinques são fáceis de tomar, bem balanceados na quantidade de álcool”.
Para o aniversário da cidade, a casa criou dois drinques que homenageiam o local. “Como Águas Claras tem muitos lugares com nomes de árvores ou flores, escolhemos fazer bebidas bem refrescantes e tropicais”, explica o Fiuza. A primeira alternativa é o drinque de geleia artesanal de hibisco, limão galego, framboesa, gim e espuma de limão para finalizar.
“O gim já é uma bebida com sabor floral. Com a combinação de ingredientes, a bebida ficou refrescante e leve”, sugere. A outra opção é o drinque de geleia de caju com manga, pimenta dedo-de-moça, vodca e licor 43. “Essa bebida também tem um sabor tropical e a combinação do drinque não a deixa ficar forte”, garante.
Para comer, a sugestão é a pipoca de camarão, feita com farinha panko, pimenta caileña e páprica (R$ 59). Caso o cliente prefira, ele pode ainda aproveitar o bufê de almoço da casa, que conta com opções como o arroz de carne de sol com natas, filé de salmão ao molho de maracujá e o acarajé (R$ 62,90, de segunda a sexta, R$ 69,90, sábado, domingo e feriados).
Os drinques especiais para o aniversário de Águas Claras são refrescantes e leves, ideais para o clima quente
“Bebei amigos, yo ho!”
No piratas, o chope brahma (R$ 14,90, com 600 ml) não é a única alternativa de bebida alcoólica. A casa trabalha com um cardápio variado, tanto para quem busca bons drinques quanto para quem deseja se deliciar nos petiscos. “O público de Águas Claras é muito exigente, mas, ao mesmo tempo, as pessoas gostam de ir para lugares na própria cidade”, afirma o proprietário Artur Weiler. “Meus clientes têm entre 25 e 50 anos, é um público calmo, que vem para cá para se divertir”.
Entre as alternativas para petiscar, a dica para quem quer comer de tudo é o Mix Pirata (R$ 56,90). “Esse prato tem bolinho de bacalhau, tulipa de frango, quibe recheado com queijo e minipastéis variados de carne, queijo e napolitano”, detalha o proprietário.
Já nos drinques, a caipirosca (R$ 20,90) ganha muitas versões. “Das clássicas temos todas — maracujá, morango, limão, uva, kiwi e com frutas da temporada”, detalha. Outra alternativa são as caipirinhas especiais, um pouco mais elaboradas, um exemplo é a caipirosca tropica (R$ 21,90), preparada com lima, morango, manjericão e alecrim.
Novidade à vista!
Para os amantes do Piratas que não moram em Águas Claras ou em alguma cidade próxima. A casa anuncia, para o meio do ano, uma unidade no Sudoeste. A capacidade deve ser para cerca de 500 pessoas e promete trazer diversas novidades no cardápio de comidas e na carta de bebidas.
O mix de petiscos pede por uma bebida gelada!
Todo dia é dia
Enquanto a maior parte dos estabelecimentos concentra o happy hour nos dias da semana, quando há uma baixa no movimento de clientes, o American Prime vai além. O steakhouse presenteia a freguesia com 50% de desconto nas bebidas alcoólicas (exceto garrafas e taças) diariamente, sem interrupções. Há algum tempo, a opção ficava restrita a quem se sentava na varanda do restaurante. Atualmente, vale para toda a casa.
De R$ 10,50, o preço do chope Brahma cai para R$ 5,25. O desconto vale inclusive para os drinques inspirados na coquetelaria clássica mundial. Sugestões como frozen margarita (com tequila, rum e curaçau branco), mojito (misto de rum branco, limão, açúcar, água com gás e hortelã) e sex on the beach (vodca, licor de pêssego e suco de laranja) saem por R$ 13,90, cada.
O valor que o American Prime dá a esse período do dia é tamanho que foram criadas sugestões de aperitivos sob medida. Um dos mais interessantes atende pelo nome de trio happy hour, um combinado com 250g de linguiça suína (apimentada ou não), batatas fritas cobertas com bacon mais os queijos muçarela e cheddar derretidos, e quatro ripas de baby back rib, a famosa costelinha suína ao molho barbecue, típica de casas do estilo.
Paulo César Ribeiro, um dos sócios, não se abalou com a operação da Polícia Federal. Deflagrada em abril, a Carne Fraca colocou em xeque a qualidade de alguns dos maiores produtores nacionais. “Trabalhamos com um produtor paulista. Atualmente, ele é o maior banco genético de carnes da América Latina. Nossa carne da linha red angus e black angus puro sangue foi premiada como uma das melhores do Brasil. Isso vale também para os embutidos, que vêm embalados a vácuo de São Paulo”, assegura.
Happy hour todos os dias é o diferencial do American Prime
Sua excelência, o chope
No bar do ferreira, o chope é considerado obra de arte. A bebida de cor clara tem tratamento VIP no estabelecimento fundado pelo agitador cultural Jorge Ferreira, saudoso ícone da boemia local: é recebida e consumida no mesmo dia, extremamente fresca.
Do tirador ao garçom, todos da equipe passam por treinamento para que a bebida saia com perfeição. Até o colarinho é inspecionado. Não chame de espuma. O creme, nome mais apropriado, precisa ter exatos 2,5cm de espessura. É o ideal para preservar a temperatura do líquido de cor amarelada.
Às quartas-feiras, dia em que são exibidos jogos de futebol em dois televisores e um telão no salão, o chope (que custa R$ 8,10, com 300ml) ganha dose dupla. Leve, ele permite uma infinidade de combinações à mesa. A casa sugere duas. A primeira é o com croc (R$ 45,50), bife de filé-mignon à milanesa fatiado e servido ao molho de ervas e maionese.
Outra opção de belisquete é um clássico de boteco: carne de sol acebolada com queijo de coalho e mandioca, pelo mesmo valor do filé. Às segundas, uma atração faz com que o happy hour dure até mais tarde. É nesta data que o bar sedia shows de stand-up comedy, das 21h às 23h. O couvert artístico custa R$ 25. Para compensar, alguns tira-gostos ganham descontos de 15%.
Às quartas, quando há rodada esportiva, o chope tem dose dupla durante toda a noite no Bar do Ferreira
Bang-bang em plena cidade grande
Nem todo happy hour precisa ser no boteco. Em Águas Claras, o momento informal e descontraído acontece em estabelecimentos diversos. Um, em especial, tem ganhado atenção dos moradores. É o Durango Burger, aberto há seis meses, especializado em sanduíches artesanais. Mas não deixa de dar atenção às bebidas. Por lá, os chopes especiais e regionais recebem o merecido valor.
A temática faroeste e lúdica da decoração é apenas um dos chamarizes do endereço. Outro fator a se considerar é a combinação dos burgers, com assinatura de Monisa Ferreira, com o caso do Buffalo Bill (R$ 27), com pão brioche artesanal, 180g de carne, queijo cheddar, farofa de bacon, abacaxi grelhado e alface.
O mesmo preço é cobrado no Corisco, com pão semelhante e hambúrguer bovino de 180g, maionese da casa, alface, bacon, queijo muçarela e cebola crispy. O blend do disco de carne usa três cortes, entre os quais a paleta. Os dois sanduíches vêm com fritas e podem ter a carne vermelha substituída pela de frango.
No caneco, o cliente escolhe entre o chope Colombina do tipo lager (300 ml, R$ 9) ou India Pale Ale (R$ 12, 300ml). O primeiro tem como marca registrada o frescor, enquanto o segundo é conhecido pela explosão de lúpulo, ingrediente que dá aroma à cerveja. Extraída dessa forma e sem pasteurização, a bebida fica mais leve. Ambos os chopes são produzidos em Goiânia, pela cervejaria Goyaz.
No Durango Burger, o cliente se sente dentro de um filme de faroeste
Botequim, com muito orgulho
Sob comando de Ana Carolina Alves de Oliveira, o Rio Butiquim é um espaço onde todas as culturas se encontram, sobretudo a do Rio de Janeiro, capital nacional da boemia. De quebra, o Rio também brinca com as memórias gustativas dos comensais.
Basta reparar na sugestão da casa para o Comida di Buteco, festival que começou no dia 14 de abril e segue até domingo. A pedida para esta edição do evento foi pescoço de peru, tradicional receita que vem à mesa com canjiquinha, conhecida como jabá na região Nordeste. O item custa R$ 25,90 e engrossa a vasta lista de opções de petiscos, com 27 alternativas.
Rio Butiquim: comida regional, sons de todo o mundo
Festa dobrada
O aniversário do sidibeer passa raspando pela data da festança em Águas Claras — a casa foi aberta em 14 de maio do ano passado. Para comemorar um ano de funcionamento, amanhã os clientes ganham um presente especial: um pap house com 10 mangueiras. “Esse é o primeiro pap house de Águas Claras. Existem apenas alguns no Plano Piloto”, ressalta Sidenir Rodrigues, proprietário do local.
O pap house servirá cervejas variadas. “Cada torneira serve um tipo de cerveja, como alternativas de trigo, porter ou até a ipa, que está em alta”, explica Rodrigues. Segundo ele, os chopes serão servidos em dois tamanhos, usando o tradicional copo inglês, o pint, como medida. Para quem está sedento, a opção é o pint, com 520ml, é uma mão na roda, já para os mais moderados, o half pint, com 340ml. Os valores variam de acordo com o chope escolhido, entre R$ 7 e R$ 40.
Já para petiscar, a casa aposta nos embutidos, mas nada da mesmice, todos são artesanais. Entre as alternativas, a linguiça de cordeiro temperada com páprica (R$ 44,50) traz um sabor mais forte, devido às características da carne do animal. A tradição aparece no salsichão alemão com mostarda dijon e nachos (R$ 32,90). “Os embutidos combinam muito bem com as cervejas e eles serem artesanais é um diferencial no sabor do produto final”, garante.
Fresco e na torneira
O chope, velho conhecido do brasileiro, já não é o mesmo — ele melhorou. Há pelo menos cinco anos, uma revolução cervejeira (ainda em curso) em todo o país prega o consumo das cervejas artesanais em detrimento das industriais, que são mais baratas, mas de sabores menos complexos.
A constatação fica clara com a abertura de estabelecimentos em que o chope artesanal extraído na pressão (on tap) dá o tom. Diferente da cerveja, é servido fresco porque não passa por pasteurização. O Taverna Cervejas Especiais engrossa esse coro e difunde o produto.
Artesanais, os chopes servidos nas sete torneiras do espaço apresentam complexidade de aromas e sabores. Dos mais variados estilos, aparecem em dois tamanhos, 290ml, a partir de R$ 14; ou 473ml, com preço máximo de R$ 25.
Na segunda-feira, enquanto uma boa quantidade de bares não abre as portas, o Taverna lota devido a uma promoção que oferece 50% de desconto nos chopes. Por meio do aplicativo Brew-me, o cliente sabe qual estilo está engatado.
“Sempre coloco pelo menos um chope de trigo, um stout, um IPA e um pilsen”, conta a sócia Mayara Nayanne, beer sommèliere que atende ao público pessoalmente para avaliar gostos e necessidades. Mas nada de didatismo excessivo. “É como se tivéssemos falando com amigos. Deixamos o cliente se sentir à vontade. A quem está disposto a conhecer o produto, deixamos eles provarem até escolherem o preferido”, garante Mayara.
Embora seja formada em gastronomia pelo IESB, ela não vende comidinhas no espaço. No entanto, ninguém passa fome. Para isso, fez parceria com algumas marcas locais. Até mesmo o Durango Burger. Nas compras acima de R$ 40 no delivery da hamburgueria, o frete até a Taverna Cervejas Especiais é gratuito.
Chope artesanal extraído na pressão, ponto alto do Taverna Cervejas Especiais
Breja da boa
Quem vai no zé ricardo pub, tem uma farta variedade de cervejas especiais para se deliciar. A casa investe tanto nos rótulos encorpados como nos mais suaves, sempre de olho para não perder a qualidade. Outro cuidado que o proprietário da casa, Pedro de Alcantra Dantas, tem é com a comida que vai à mesa: “Águas Claras tem uma clientela exigente. Eles se preocupam muito com a qualidade do que se está servindo”, pontua.
No menu, o cliente se depara com alternativas bem convidativas para uma boa cerveja, como o Mix de linguiças (R$ 34). “Nesse prato vão linguiças chimichurri, salsichão holandês e uma alternativa árabe. Para acompanhar, a porção ganha ainda um molho barbecue de goiabada” afirma. Ele ainda complementa: “É um molho agridoce que dá um contraste interessante para o prato”.
Outra pedida é o pastel de joelho de porco defumado (R$ 28 — a porção com 6 unidades). “Recheamos o pastel com joelho de porco desfiado e couve ao vinho. A mistura funciona muito bem, tanto pelo sabor, que fica memorável, quanto pela textura úmida e agradável”. Para acompanhar os petiscos, o proprietário ainda sugere, entre os 80 rótulos de cervejas especiais, a Bierland (R$ 30, com 600 ml), uma american ipa, ou a coruja, extraviva (R$ 43, com 1l).
A aposta de Pedro Alcantra são as cervejas especiais, que atendem à clientela exigente de Águas Claras
ONDE COMER
American Prime Steakhouse (Av. Castanheiras, Shopping Felicittà, lj. 40A, 40B, 40C, 40D; 3234-2693), aberto de domingo a quinta, das 12h à 0h; sexta, sábado e feriados, das 12h à 1h.
Bar do Ferreira (Av. Castanheiras, Vila Gourmet, Shopping Felicittà; 3042-2585),
aberto de segunda a sexta, das 17h ao último cliente; sábado e domingo, das 12h ao último cliente.
Durango Burger (Rua 31 Sul, Lt. 9, lj. 4; 3553-1454), aberto diariamente, das 17h30 às 23h30.
Manati (Rua 37 Sul, Edifício Real Celebration, lj 1), aberto de segunda a domingo, das 11h30 à 0h.
Piratas (Rua das paineras, lt 6, Bl. B, lj 7 a 10, Shopping One, Águas Claras; 3543-9005), aberto de terça a quinta, das 16h à 0h, sexta, das 16h às 2h, sábado, das 12h às 2h e domingo, das 14h à 0h.
Rio Butiquim (Rua 33/34, Lts. 22 e 25, Águas Claras; 3208-4111), aberto terça a quinta,
das 16h à 0h; sexta, das 16h à 1h; sábado, das 12h à 1h; e domingo, das 15h à 0h.
SidiBeer (Rua 31 Sul, lt 9 lj 2; 99868-0044), aberto de segunda a sexta, das 16h à 0h; sábado e domingo, das 11h às 0h.
Taverna Cervejas Especiais (Av. Araucárias, Lt. 1325, lj. 18, Edifício Real Quality; 3053-6090), aberto segunda, das 18h à 1h; terça e quarta, das 18h às 23h; quinta e sexta,
das 18h à 1h; e sábado, das 13h à 1h.
Zé Ricardo Pub (Rua 7 Norte, Ed Max Mall, lj 8; ), aberto de segunda a sábado, das 16h à 1h.