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quarta-feira, 25/12/24
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REDUZA O ESTRESSE NO TRÂNSITO

Alongamento, música e respiração ajudam a reduzir o nervosismo no carro ou transporte público

Quem pensa que trânsito engarrafado é exclusividade das grandes metrópoles, está enganado. Atualmente diversas cidades tem esse problema, que inclusive é muito comum também em rodovias. O problema é que o tráfego parado causa muito estresse, devido a diversos fatores, o que reduz muito a qualidade de vida de quem precisa encarar o trânsito a semana inteira, não só dirigindo, como também de passageiro em um carro ou no transporte público.

“Entre 13 e 17% dos motoristas brasileiros têm algum distúrbio comportamental no trânsito, e o estresse é um fator que acaba desencadeando esses problemas”, considera o clínico geral Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional na Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET). Portanto, prevenir nesses casos é o melhor remédio. E apesar de o trânsito parecer inevitável, existem sim formas de reduzir essa tensão, não importa se você está conduzindo ou sendo conduzido. Confira algumas a seguir:

Faça alongamentos

O estresse emocional, por conta dos atrasos e compromissos do dia não é o único fator que torna o trânsito estressante. Outra das causas é física: estar por muito tempo na mesma posição. O carro ou ônibus cheio podem parecer locais fechados, pequenos ou apertados, mas é possível fazer alguns alongamentos para relaxar o corpo e a mente. “O ato produz endorfina, um analgésico natural do nosso organismo, aquele que faz o atleta sentir prazer quando termina o exercício, apesar do cansaço”, explica o clínico geral Dirceu Rodrigues Alves Junior, chefe do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional na ABRAMET.

Outro benefício está em movimentar músculos que normalmente ficariam parados, evitando dores no corpo, que podem aumentar a sensação de estresse. O especialista indica flexionar os braços atrás da cabeça e o tórax para frente ou sobre o volante, tracionar os joelhos sobre o abdômen, e flexionar e estender punhos e tornozelos.

Respire melhor

Inspirar e expirar são uma excelente alternativa para trazer relaxamento. Principalmente puxar o ar para dentro dos nossos pulmões. “A inspiração está mais conectada com o lado ativo do sistema nervoso autônomo, chamado simpático, enquanto a expiração está mais conectada com o lado calmante do sistema nervoso autônomo chamado parassimpático”, ensina Marcos Rojo Rodrigues, PhD em Ciência do Yoga (Índia) e professor do Centro de Práticas Esportivas da Universidade de São Paulo (USP).

Além disso, a respiração leva mais oxigênio a todos os tecidos do corpo, incluindo o cérebro. “Isso ajuda a manter os neurônios em equilíbrio, regulando suas funções e ajudando a manter o bem-estar”, frisa Alves. Experimente expirar e inspirar durante o mesmo tempo, e até segurar o ar um pouco entre os movimentos, isso vai acalmar o nervosismo por estar atrasado, e até ajuda-lo a pensar em uma solução para evitar esse trânsito de alguma forma.

Pense em rotas alternativas

Trocar de caminho, seja a rua em que você dirige ou o itinerário do ônibus que você escolhe, pode nem sempre evitar o trânsito, é verdade. Mas mesmo quando o tráfego continua atravancado na sua rota alternativa, ainda assim o estresse pode ser menor. “Passando todo dia pelo mesmo lugar é monótono, quando você desvia o caminho, vivencia o ambiente, identificando sons e paisagens fora da rotina, e isso realmente ajuda a buscar um equilíbrio”, considera Alves.

Para melhorar, isso também ajuda a colocar seu cérebro em ação, e tira você do “piloto automático”, quando você simplesmente passa pelo caminho sem prestar atenção. O cérebro também cria novas conexões entre os neurônios todos os dias, um fenômeno importante que os cientistas chamam de neuroplasticidade e que ajuda a quebrar hábitos.

Feche os vidros

Quando você está preso no trânsito, tudo serve para aumentar seu estresse. “O meio externo ao carro é extremamente nocivo, com vapores, fuligens, além da vibração, ruído e variação de temperatura causados pelos veículos”, enumera Alves. Além de tudo, o calor faz com o indivíduo sue, perdendo minerais e o equilíbrio de seu corpo. Tudo isso ajuda a piorar ainda mais o estado de nervos de quem está nessa situação. Por isso mesmo, a melhor atitude para o especialista é fechar os vidros e se isolar desse ambiente, sem participar dele.

Ouça música e cante junto

Ligar o rádio ajuda a transportar o motorista para longe do ambiente estressor, fazendo com que os fatores estressantes listados no tópico anterior fiquem longe. Escolher uma música que você possa cantar é o ideal, pois é mais uma forma melhor ainda de escape. O tipo de música não importa tanto, o essencial é que o estilo o agrade. “Cada pessoa relaxa de acordo com o seu estilo de vida e estilo musical, portanto não há problemas em relaxar ouvindo heavy metal, desde que seja o gosto da pessoa. Se a música te faz esquecer os problemas, relaxar e acalmar, ela pode ser utilizada com esse fim”, comenta o psiquiatra Leonard Verea, especializado em Medicina Psicossomática e em Medicina do Trabalho.

Para quem está no transporte, uma pesquisa feita pelo Departamento de Psicologia da Universidade de Londres indicam que o fone de ouvido altera nossos limites de espaço pessoal, ou seja, torna mais tolerável a proximidade entre as pessoas que vemos nos ônibus, metrôs e trens lotados. Para quem está sentado ou se equilibra bem de pé, ler um livro também ajuda bastante e sair da realidade do trânsito e não se preocupar tanto com o tempo perdido. Mas no transporte público, evite cantar junto ou ler em voz alta, viu?

Tenha uma companhia

Dividir o trajeto do trabalho com um amigo ou mesmo combinar caronas de carro também ajuda a tornar o momento mais suportável. Parte do estresse no trânsito não se dá apenas pelo nervosismo de ter compromissos e estar atrasado e da falta de mobilidade, mas também com a insegurança de ser assaltado. E só o fato de ter companhia já traz uma sensação de conforto, pois normalmente as vítimas desse tipo de atentado são pessoas sozinhas.

Se você dirige pode combinar um esquema de caronas. Se for possível revezar o motorista é melhor, afinal a maior parte do estresse acaba ficando com quem está ao volante. Mas mesmo que você dirija todos os dias, ainda é vantajoso ter alguém preenchendo o banco do co-piloto: “quando se tem parceiros no veículo, há como conversar, se distrair e assim o motorista não enfrentar o meio externo nocivo”, expõe Alves.

Desengate o carro

Para quem tem carro com cambio manual, ou seja, que precisa trocar as marchas, é importante sempre tirar o pé da embreagem e deixar o veículo em ponto morto quando estiver parado. “A perna esquerda fica em uma posição desconfortável e antiergonômica, em que você flexiona os músculos e compromete a articulação do tornozelo, joelho e da coxa com o quadril, além de prejudicar a lombar”, enumera Alves. E isso alivia o estresse físico do trânsito. Além disso, o estado de tensão muscular ajuda a aumentar a irritabilidade, pois há um maior desgaste físico e demanda de oxigênio, o que leva à fadiga muscular.

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