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sábado, 27/04/24
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Regulador de energia britânico aumenta limite de preço da energia em 80%

Nos últimos dias, os preços da energia na Europa estabeleceram novos recordes, com os futuros de gás ultrapassando US$ 3.300 (cerca de R$ 16.863) por mil metros cúbicos pela primeira vez desde março, crescendo mais de 10%.

© AP Photo / David Davies
O Escritório de Mercados de Gás e Eletricidade (Ofgem, na sigla em inglês) elevou o teto de preços de energia do Reino Unido nesta sexta-feira (26).
A autoridade reguladora afirmou que o novo limite, que entra em vigor em outubro, será de £ 3.549 (cerca de R$ 21.458), enquanto o antigo era de £ 1.971 (aproximadamente R$ 11.917). Esta não é a primeira vez que o teto de preços aumenta para os britânicos, no mês de abril os preços também registraram um salto significativo de 54%.
Abordando o aumento dos preços, o chanceler Nadhim Zahawi disse que o gabinete está “trabalhando a todo vapor” para “desenvolver opções para o apoio adicional” dos consumidores.
O CEO da Ofgem, Jonathan Brearley, disse que resolver a crise está além do poder do regulador e instou o governo britânico a lidar com a disparada dos preços e da inflação.
“O pacote de apoio do governo está fornecendo ajuda agora, mas está claro que o novo primeiro-ministro precisará agir mais para enfrentar o impacto dos aumentos de preços que estão chegando em outubro e no próximo ano. Estamos trabalhando com ministros, grupos de consumidores e indústria em um conjunto de opções para o novo primeiro-ministro que exigirá ação urgente. A resposta precisará corresponder à escala da crise que temos pela frente. Com o apoio certo e com regulador, governo, indústria e consumidores trabalhando juntos, podemos dar um jeito nisso”, disse.
O aumento do teto de preços ocorre em meio a uma crise crescente no Reino Unido, já que o aumento do custo de vida forçou milhões de britânicos a cortar drasticamente suas despesas. A situação permanece tensa, já que a inflação atingiu uma alta de 9,4% em junho, a maior nos últimos 40 anos, a inflação de alimentos atingiu 11,6%.

Mudando a culpa

Brearley culpou a Rússia pelo forte aumento nos custos de energia, alegando que Moscou “desligou deliberadamente o fornecimento de gás para a Europa”, elevando os preços, e que a autoridade do Reino Unido “não teve escolha a não ser refletir esses aumentos de custos”.
Os países europeus alegaram repetidamente que a Rússia é a culpada pela disparada dos preços do gás, apesar do fato de que suas próprias restrições contra Moscou impactaram a cadeia de maneira geral, aumentando os custos da entrega do gás, carvão e outras fontes de energia, resultando em preços recordes.
A gigante russa de gás Gazprom teve que interromper o fluxo de gás via Nord Stream 1 (Corrente do Norte 1), já que uma turbina a gás para o oleoduto estava presa no Canadá devido a sanções antirrussas. Após um período de análise, Ottawa enviou a peça crucial para a Alemanha, permitindo que o fluxo continuasse e burlando as sanções ocidentais.
No entanto, nesta semana a empresa anunciou que teria que deixar de fornecer gás mais uma vez, a partir de 31 de agosto, para três dias de trabalhos de manutenção.
Ao mesmo tempo, as sanções, impostas a Moscou após o início da operação militar especial na Ucrânia, fizeram com que a Rússia mudasse os termos de pagamentos do gás ainda no mês de março, quando o presidente Vladimir Putin assinou um decreto que estipula que o gás seja vendido aos “países hostis” em rublos russos.
Várias nações europeias se recusaram a pagar em rublos, e Moscou encerrou o fornecimento de gás às referidas nações por violações das condições contratuais.

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