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segunda-feira, 23/12/24
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Reino Unido testa semana de trabalho de quatro dias

Expectativa é de que semana de trabalho mais curta possa atrair novos funcionários em meio ao menor nível de desemprego em quase 50 anos

Expediente na cervejaria Pressure Drop Brewery, no norte de Londres (AFP/Justin TALLIS)

Seria possível se dedicar ao voluntariado, aprender uma nova habilidade” ou passar mais tempo com a família, diz Louis Bloomsfield, um dos funcionários britânicos que testará a semana de trabalho de quatro dias em junho.

A cervejaria  onde ele trabalha  em Londres, a Pressure Drops, vai aderir a partir de junho de um gigantesco teste com 3.000 funcionários de cerca de 60 empresas.

O projeto, anunciado como a maior redução de jornada de trabalho do mundo, visa ajudar as empresas a reduzir suas jornadas de trabalho sem cortar salários ou renda.

Testes semelhantes foram realizados na Espanha, Islândia, Estados Unidos e Canadá, e estão programados para começar em agosto na Austrália e Nova Zelândia.

Alex Soojung-Kim Pang, diretor de projetos da 4 Day Week Global, o grupo que apoia os testes, diz que período de seis meses no Reino Unido beneficiará as empresas com mais tempo para experimentar e coletar dados.

A adaptação deve ser mais fácil para as PMEs, que podem implementar grandes mudanças mais rapidamente, disse ele à AFP.

Para a Pressure Drop, o objetivo é aumentar a produtividade e o bem-estar dos funcionários, ajudando a reduzir a pegada de carbono da empresa.

A expectativa é de que uma semana de trabalho mais curta possa atrair novos funcionários e reter os melhores no Reino Unido, onde o desemprego está em seu nível mais baixo em quase 50 anos, com um número recorde de vagas: 1,3 milhão, acima do número de candidatos.

Nem tão cor-de-rosa

Uma semana de trabalho mais curta é mais fácil de implementar nos serviços, e o Reino Unido tem uma vantagem nesse aspecto, com este setor respondendo por 80% do seu PIB.

Mas para setores como varejo, alimentos e bebidas, é mais complicado, acrescenta Jonathan Boys, economista do Institute for Personal Development, uma associação de recursos humanos.

Ele acredita que o maior desafio será medir a produtividade, especialmente dos serviços, onde grande parte do trabalho é qualitativo e menos fácil de quantificar do que a produção da fábrica.

Mas para Aidan Harper, coautor de um livro que promove a semana de trabalho de quatro dias (“The Case for a Four Day Week”), países que trabalham menos tendem a ter maior produtividade.

“Dinamarca, Suécia e Holanda trabalham menos que o Reino Unido e têm altos níveis de produtividade”, destaca.  Já a Grécia é um dos países da Europa com mais horas de trabalho, porém com baixa produtividade, segundo ele.

Phil McParlane, da empresa de recrutamento 4dayweek.io, especializada em jornadas flexíveis e quatro dias por semana, diz que o número de empresas que pretendem contratar através da sua plataforma passou de 30 para 120 nos últimos dois anos, refletindo a aumento da flexibilização do trabalho e busca por melhor qualidade de vida após dois anos da pandemia.

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