Comissão completaria um ano na próxima semana; prazo inicial era de seis meses. Relembre momentos da CPI.
O deputado Lira (PHS) deve apresentar nesta quinta-feira (4) o relatório da CPI da Saúde, criada para investigar desvios e má-gestão no setor. A comissão de inquérito completaria um ano na próxima semana. O prazo inicial era de apenas seis meses, mas ele foi prorrogado por decisão dos distritais.
A CPI tem dois membros a mais do que os cinco que normalmente compõem uma comissão. Na época da criação, o relator disse que a quantidade de participantes iria acelerar os trabalhos. “Com sete integrantes na equipe, acredito que possamos agilizar os trabalhos”.
Pela composição original, o deputado Wellington Luiz (PMDB) é o presidente e Cristiano Araújo (PSD), o vice. Ele pediu afastamento da comissão após ser apontado em áudios gravados pela deputada Liliane Roriz (PTB) como suposto articulador de um esquema de propina em emendas que pagaram dívidas de UTIs, no fim de 2015. Ele foi substituído por Sandra Faraj (SD).
Os deputados Bispo Renato Andrade (PR) e Julio Cesar (PRB) também se afastaram por causa das suspeitas. Andrade era membro original da CPI e foi substituído por Agaciel Maia (PR). Julio Cesar entrou no lugar do deputado Roosevelt Vilela (PSB), que era suplente e fazia parte da composição original. Hoje, é substituído por Luzia de Paula (Rede).
Trabalhos
Um dos depoimentos que mais gerou polêmica foi o da presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (SindSaúde), Marli Rodrigues, que entregou um “organograma” manuscrito e um DVD com gravações que ela diz comprovarem um suposto esquema de propina na pasta. Segundo os documentos mostrados por ela, quem se beneficia são o governador Rodrigo Rollemberg e a mulher dele.
Na época, o governador Rollemberg disse que as acusações de Marli contra ele e a primeira-dama eram infundadas e queria se pronunciar à Justiça. Em entrevista, o governador disse que a sindicalista iria “pagar caro” pelas acusações.
A CPI tem apoio de delegados da Polícia Civil para ajudar nas investigações e elaborar um relatório. No fim de outubro, o presidente da comissão e delegados fizeram uma “blitz” no Hospital de Base, onde encontraram equipamentos de diagnóstico parados e sem manutenção. Entre as máquinas, havia um tomógrafo desmontado e isolado em uma divisória sem porta ou qualquer outro acesso.