Todos os anos o Fórum Econômico Mundial prepara o Global Risks Report, com as principais previsões de riscos que podem afetar a economia mundial
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Anualmente, o Fórum Econômico Mundial prepara o Global Risks Report, com as principais previsões de riscos que podem afetar a economia mundial em três categorias: curto prazo (até dois anos), médio prazo (até 5 anos), e longo prazo (em até 10 anos). Desde 2006, aparece no relatório o risco de uma grande epidemia, que impactaria economicamente todos os países. A triste previsão se concretizou em 2020, com a covid-19.
Segundo o Global Risks Report 2021, divulgado nesta terça-feira, 19, os riscos mais imediatos ainda se referem a pandemias, como também a mudanças climáticas. Entre aqueles de médio prazo, aparecem o estouro de uma bolha de ativos, e falhas nos sistemas globais de TI.
Nos riscos de longo prazo o cenário é mais preocupante. O principal perigo é a construção de armas de destruição em massa. Também entraram no relatório o colapso dos estados como conhecemos hoje, e a perda da biodiversidade no planeta.
(Fórum Econômico Mundial/Divulgação)
“Em 2020, o risco de uma pandemia global se tornou realidade, algo que este relatório vem destacando desde 2006. Sabemos como é difícil para governos, empresas e outras partes interessadas abordar tais riscos de longo prazo, mas a lição aqui é para todos de nós reconhecer que ignorá-los não os torna menos prováveis de acontecer”, diz Saadia Zahidi, Diretora Administrativa do Fórum Econômico Mundial.
Ela ainda destaca que é importante que os países estejam preparados para enfrentar os grandes desafios dos próximos anos, sob o risco de não conseguir responder de maneira adequada e colapsar toda a economia global.
O relatório ainda divide os riscos dentro de um panorama com maior probabilidade. As mudanças climáticas são as que mais vão impactar a economia mundial nos próximos anos. Neste ranking, com dez posições, ainda aparecem a concentração do poder digital, e a falha em questões de cibersegurança.
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“O maior risco de longo prazo continua sendo uma falha em agir sobre as mudanças climáticas. Não há vacina contra os riscos climáticos, então os planos de recuperação pós-pandemia devem se concentrar no crescimento alinhado com as agendas de sustentabilidade para reconstruir melhor”, diz Peter Giger, diretor de risco do Zurich Insurance Group, que contribui para a produção do relatório.
Carolina Klint, líder de gestão de risco da Continental Europe, da Marsh, que também participou da elaboração do relatório, lembra que a covid-19 trouxe impactos econômicos que mudaram a maneira como as organizações interagem com seus clientes e colaboradores. “Todas as empresas precisarão fortalecer e revisar constantemente suas estratégias de mitigação de risco se quiserem melhorar sua resiliência a choques futuros”, alerta.
Na próxima semana é realizado o Fórum Econômico de Davos, que pela primeira vez será em formato virtual, em decorrência da pandemia de covid-19. Segundo Saadia Zahidi, o encontro é uma oportunidade para mobilizar líderes mundiais e definirem ações conjuntas com o objetivo de enfrentar melhor as crises, sem aumentar a desigualdade social.