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quarta-feira, 17/04/24
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Sabesp vai reajustar conta de água em 8,4% a partir de maio

Autorização para o reajuste foi dada na segunda (11) pela Arsesp. Também em maio, Sabesp encerra bônus e multa da água.

Conta de água (Foto: Reprodução/TV Globo)
Tarifas de água e esgoto terão reajuste (Foto: Reprodução/TV Globo)

A agência que regula o setor de saneamento e de energia no estado de São Paulo, a Arsesp, autorizou a Sabesp a aumentar a tarifa da conta de água em 8,44% a partir de 12 de maio. O reajuste será o mesmo para o serviço de esgoto.

O aumento corresponde à inflação anual medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) entre março de 2015 e o mesmo mês em 2016, que chegou a 9,3%, menos um percentual de eficiência, que chegou a 0,9%.

O novo reajuste passará a valer um pouco menos antes de um ano em relação ao aumento anterior, de 15,24%, aplicado em junho do ano passado. O aumento do ano passado considerou não apenas a variação do IPCA, mas também um aumento extra em razão das perdas que a Sabesp alegou sofrer em razão da crise hídrica.

 Segundo a Arsesp, na tarifa residencial social voltada a famílias de baixa renda,  por exemplo, o valor do fornecimento de até 10 metros cúbicos de água passará de R$ 7 para R$ 7,59 por mês, aplicando-se a mesma tarifa para o esgoto.

Já o mesmo fornecimento de água no caso da tarifa residencial normal passa de R$ 20,64 para R$ 22,38 por mês, mesmo valor aplicável ao esgoto.

Estão fora deste reajuste os municípios de Lins, Magda e Glicério, no interior de São Paulo, cujas tarifas terão aplicação em datas distintas.

Multa e bônus
O aumento passará a valer no mesmo mês em que a Sabesp vai acabar com o bônus e a multa da água. Essas foram algumadas das medidas adotadas pelo governo a partir de 2014 para o combate à crise hídrica no estado.

O Sistema Cantareira, responsável por abastecer 5,7 milhões de consumidores no estado, operou no volume morto por 19 meses e só saiu do “vermelho” em dezembro de 2015. No último dia 7, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que “a questão da água está resolvida no estado”.

Também em dezembro do ano passado, a Sabesp pediu à Arsesp autorização para conceder o bônus e a multa até o final de 2016 ou até que houvesse maior previsibilidade da situação hídrica. Em março, a companhia disse que “a situação hídrica atual permite uma maior previsibilidade sobre as condições dos mananciais”. O Cantareira, por exemplo, operava com 36,9% de volume útil na última segunda-feira (11).

Queda no lucro e fim do bônus
A crise hídrica impactou os lucros da Sabesp pelo segundo ano seguido em 2015, e a companhia projeta cortar pela metade novamente os investimentos nos serviços de água e esgoto previstos para 2016. É o que aponta o balanço divulgado em março pela empresa, em página voltada a investidores.

O relatório mostra que a companhia teve lucro líquido de R$ 536,3 milhões em 2015, 40,6% menos que os R$ 903 milhões do ano anterior. O desempenho é bem inferior ao de anos anteriores à seca, como 2012 e 2013, quando a companhia lucrava mais de R$ 1,9 bilhão. No balanço, a Sabesp informa ainda que pretende reduzir os investimentos em 48,3% em 2016.

No total, está previsto R$ 1,8 bilhão para os serviços de água, tratamento e coleta de esgoto, número inferior ao de 2015 – aproximadamente R$ 3,4 bilhões. No início de 2015, a Sabesp já havia anunciado um corte de cerca de metade dos investimentos previstos.

Os reajustes não conseguiram livrar a Sabesp da queda no lucro líquido. A empresa comemora, porém, o aumento da receita operacional líquida, que ficou em R$ 11,7 bilhões em 2015, um acréscimo de 4,4% em relação a 2014. Já os custos e despesas, sinalizados no relatório com uma seta verde indicando desempenho positivo, caíram 5,2%.

Os impactos da crise hídrica aparecem em diversos pontos do balanço. O volume de água produzido pela Sabesp caiu 13,1% em 2015, assim como o volume efetivamente faturado nas contas, que caiu 8%. Outro número destacado pela Sabesp foi a concessão de R$ 926,1 milhões em bônus em 2015, o que ocasionou perda de 6,2% na receita operacional bruta.

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