Superintendente diz que ainda assim contas não fecharão. Instituição vive crise financeira; quadro estava ‘superdimensionado’.
A Santa Casa de Misericórdia em São Paulo, maior hospital filantrópico da América Latina começou o processo de demissão de 1.397 funcionários nesta terça-feira (13). A instituição enfrenta, desde 2014, a maior crise financeira de sua história, com um rombo R$ 773 milhões nas contas.
Segundo o superintendente da Santa Casa, José Carlos Vilela, disse que “por mais que sejam dolorosas, as demissões são necessárias”. Apesar do corte, José Carlos afirmou que a Santa Casa não conseguirá fechar as contas.
” As contas ainda não fecham. Desde que a nova gestão assumiu, começamos um programa de controle de caixa e tivemos redução de caixa. As demissões entram nesse mesmo processo, mas não serão suficientes para fechar a conta”, disse.
Ainda de acordo com o superintendente, o quadro de funcionários estava “superdimensionado” e 9 mil funcionários seguem trabalhando na Santa Casa. Ele afirmou que nenhum serviço do hospital será extinto.
Os funcionários demitidos custam cerca de R$ 7 milhões todos os meses.
Em nota, a Santa Casa informou que o plano de reestruturação visa “garantir a sobrevivência e a viabilidade da instituição, e a manutenção de 9.000 postos de trabalho”.
Destes 1.397 dispensados, há 184 médicos e cerca de 1 mil trabalhadores de saúde, 6 técnicos de segurança e 14 psicólogos, entre outros profissionais. O valor total das rescisões soma cerca de R$ 60 milhões e será parcelado até quitação – o prazo poderá ser de quatro meses, 12 meses, ou até mais.
Desde o início do ano, a Santa Casa tem realizado algumas demissões e, desde junho, a Irmandade vem realizando ajustes que reduziram o déficit operacional de cerca de R$ 11,5 milhões para R$ 3,5 milhões.