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segunda-feira, 23/12/24
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Saúde pública e infraestrutura preocupam eleitores do Entorno

Luziânia, distante 62km de Brasília, é o maior colégio eleitoral do Entorno, com mais de 135 mil pessoas aptas a votar em outubro – (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

A dois meses do primeiro turno das eleições municipais, a reportagem do Correio foi a três dos maiores colégios eleitorais do Entorno do Distrito Federal — Luziânia, Águas Lindas de Goiás e Valparaíso de Goiás — para saber quais são as principais demandas de quem mora nessas cidades. Somados, os municípios têm 353,5 mil pessoas aptas a votar, de acordo com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Moradora de Luziânia (GO), Francinete Pereira Nascimento, 54 anos, se preocupa com a saúde pública. A servidora pública destaca que, inúmeras vezes, precisou sair da região onde mora para ir a Brasília realizar exames médicos, que não poderiam ser feitos na cidade. “Queremos que saúde seja prioridade. Faltam leitos no hospital regional e precisamos de mais médicos. Quando chegamos a Brasília, as portas quase sempre estão fechadas para nós”, diz.

Francisco Mendes, 63, trabalha em uma banca de jornal, em Valparaíso, onde mora há 18 anos. Ele espera que, após as eleições, o novo prefeito tenha um olhar mais atento aos moradores. “As estruturas da cidade não acompanharam o crescimento da população e, por isso, têm deixado muito a desejar com a gente na saúde, no saneamento e na segurança pública. Estamos precisando que eles nos vejam”, afirma.

Mendes conta que precisou fazer uma série de exames para resolver um problema de coluna, e tinha que fazer fora do Valparaíso, se deslocando até Goiânia. “Além de demorar bastante, porque as filas são imensas, muitos exames não são realizados a tempo e o médico tem que pedir de novo”, ressalta. “Não há renovação e investimentos na cidade. Precisamos de uma pessoa nova, com pensamentos novos, para ver se melhora a situação”, enfatiza.

Infraestrutura

Em Águas Lindas, as demandas também são visíveis, de acordo com os moradores. Segundo a vendedora Jussara Alves, 39, que mora na cidade há 15 anos, o principal problema é a saúde. “Para mim, é um fracasso. A gente não consegue marcar um exame e, mesmo com o hospital novo, precisamos nos deslocar até o Distrito Federal para conseguir um atendimento decente”, observa.

Jussara destaca que a educação também deixa a desejar. “Acho que é falta de gestão. Tirei minha filha, que está terminando o ensino médio, de uma escola pública há quatro anos, porque está muito perigoso”, comenta. “Muitos casos de brigas entre alunos e sem nenhum tipo de punição. Mesmo depois que tirei ela da escola, vejo que continua a mesma coisa, tanto que muitos pais preferem matricular os filhos em escolas do DF”, afirma a vendedora.

O comerciante Vinícius Nascimento, 36, saiu do Tocantins, há quatro anos, para morar em Águas Lindas. Ele conta que, durante esse período, o principal desafio percebido está na infraestrutura. “Águas Lindas é uma cidade em crescimento constante e, assim que cheguei por aqui, vi que estava muito desorganizada. Melhorou, com o passar do tempo, mas ainda existe muito a se fazer. Tem buracos nas ruas e muito lote baldio com lixo”, avalia.

Mesma avaliação tem a estudante Lais Moura, 30. Nascida e criada na cidade, ela conta que o principal incômodo é a falta de infraestrutura urbana. “Ando bastante de carro e percebo que muitas ruas têm buracos e algumas nem tem asfalto”, lamenta.

Integração

Secretária do Entorno do DF (SEDFGO), Caroline Fleury comenta que o principal ponto a ser observado por quem for eleito nas cidades do Entorno é o desenvolvimento regional. “É necessário atrair mais investimento, fomentando o que de melhor tem em cada cidade, além de gerar emprego e renda. É isso que vai manter a autonomia do município”, ressalta. “Por isso, é preciso ter um crescimento ordenado e sustentável”, acrescenta Caroline.

Para quem for eleito, a secretária salienta a necessidade de melhorar a conexão entre o Entorno e o DF . “O desafio é pensar como uma grande região metropolitana integrada. Não dá para se pensar em um grande plano municipal de mobilidade, por exemplo, sem incluir a capital do país”, opina. “Além disso, melhorando os setores das cidades, começa um fluxo inverso, ou seja, pessoas do DF vêm para o Entorno e não mais o contrário. Quanto melhor esses municípios estiverem, melhor será a relação com o DF”, observa.

Prazo

Os partidos políticos, as federações e as coligações têm até as 19h de 15 de agosto para solicitar à Justiça Eleitoral o registro de seus candidatos(as).

Fonte: TSE

Correio Braziliense

 

 

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