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segunda-feira, 23/12/24
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Sedativos de unidades veterinárias são enviados a hospitais do Rio

De acordo com secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, medicamentos são os mesmos usados em humanos, e não faz sentido não usá-los, pois cirurgias eletivas estão suspensas, inclusive em animais

(Ricardo Moraes/Reuters)

Todas as cirurgias eletivas estão suspensas na cidade do Rio, e isso inclui as cirurgias nos centros de veterinária. Então, não faz sentido continuarmos consumindo itens essenciais para intubação, para saúde humana, nas unidades veterinárias. Estamos usando todo esse material que é relativo a sedativos e a bloqueadores neuromusculares em unidades que tem um alto atendimento de pessoas com Covid ou outras doenças em que é necessária a intubação — disse Soranz.

A reportagem apurou que Cetamina e Midazolan estão entre os medicamentos mais cedidos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, estas substâncias utilizadas em cirurgias animais são exatamente as mesmas usadas nos seres humanos, com diferença apenas da dosagem. Segundo o órgão, em situações normais, antes da pandemia, o comum era que a própria SMS abastecesse esses centros veterinários. As cirurgias eletivas, inclusive nos animais, estão paradas desde o fim de março.

Nos últimos dias, O GLOBO mostrou relatos de profissionais de unidades de saúde e de parentes de pacientes internados em UTIs Covid, que têm convivido com o drama da falta de insumos para intubação. Segundo Daniel Soranz, neste momento, o abastecimento dos hospitais com o chamado kit intubação é de apenas três dias.

— Todos os hospitais, municipais, estaduais e federais, têm um abastecimento para três dias e a gente tem remanejado para toda a rede, para que não falte em nenhuma unidade, e para que a gente consiga manter um equilíbrio neste fornecimento. Toda a rede SUS e a rede privada estão contribuindo para a manutenção destes insumos, que são estratégicos. Por isso, o Ministério da Saúde centralizou esta compra e tem distribuído por meio do governo do estado, que é responsável por esta logística — afirmou. — A gente insiste que nenhum hospital deve ter estoques muito longos para não faltar em nenhum outro, para que a gente possa fazer o remanejamento e manter a rede abastecida. O ministro da Saúde (Marcelo Queiroga) ja garantiu que vai receber um carregamento de importação essa semana, e hoje a gente ja recebeu medicamentos de bloqueadores neuromusculares e sedativos para que a gente possa manter o abastecimento ao longo dos próximos dias.

Nesta quinta-feira, o Ministério da Saúde afirmou ao GLOBO que já distribuiu aos estados e municípios mais de 8 milhões de medicamentos para intubação de pacientes ao longo da pandemia e que, até a noite desta quinta, aguardava a a chegada de 2,3 milhões de medicamentos para intubação. Os insumos, diz o governo federal, foram doados por um grupo de empresas privadas. Os medicamentos saíram da China na quarta-feira. Assim que chegarem ao Brasil serão distribuídos imediatamente aos estados com estoques críticos dos insumos.

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