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segunda-feira, 23/12/24
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Segunda onda da pandemia derruba confiança do comércio e da construção

Indicadores de confiança despencaram em março, voltando a patamares semelhantes aos do início da pandemia do novo coronavírus

(crédito: Minervino Júnior/CB/D.A Press)

O agravamento da pandemia de covid-19 está derrubando a confiança dos empresários brasileiros. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), tanto a confiança do comércio quanto a confiança da construção civil sofreram uma queda expressiva neste mês de março, voltando a patamares semelhantes aos registrados no início da pandemia da covid-19 em 2020.

Levantamento divulgado nesta quarta-feira (24/3) pela FGV revela que o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) despencou 18,5 pontos em março, saindo de 91,0 para 72,5 pontos. É o menor valor desde maio de 2020 (67,4 pontos). O índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção (ICEI-Construção) caiu 5,5 pontos no mês, segundo a CNI. O indicador saiu de 57,7 para 52,5 pontos e, por isso, ficou abaixo de média histórica de 53,6 pontos.

De acordo com a CNI, também houve queda da intenção de investir e da atividade da construção civil. “A segunda onda da pandemia e a necessidade de novas medidas de restrição de circulação, além da indefinição sobre a aprovação das reformas estruturais, como a tributária, criaram um ambiente de incertezas, que se reflete nas pesquisas”, explicou o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo.

Piora das expectativas

Coordenador da Sondagem do Comércio da FGV, Rodolpho Tobler disse que o agravamento da pandemia também está por trás da queda da confiança do comércio. “O resultado fortemente negativo do mês foi influenciado tanto pela queda no volume corrente de vendas quanto pela piora das expectativas em relação aos próximos meses. O recrudescimento recente da pandemia de covid-19 associado à lentidão programa de imunização e à adoção de medidas de restrição à circulação ajudam a explicar o cenário negativo na visão do setor”, avaliou.

Segundo a FGV, a confiança do consumidor brasileiro também está sendo impactada negativamente pelo avanço do novo coronavírus, já que o agravamento da pandemia agrava a crise econômica e eleva as incertezas sobre o emprego e a renda dos brasileiros. Por isso, o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 9,8 pontos em março, para 68,2 pontos, o menor valor desde maio de 2020 (62,1). “Os próximos meses serão desafiadores e o retorno a uma rota de recuperação dependerá da melhora efetiva dos números da pandemia “, comentou Tobler.

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