Atualmente, 1% das vacinas aplicadas na África são produzidas no continente de 1,3 bilhão de habitantes
Seis países africanos foram selecionados para criar centros de produção de vacinas de RNAm no continente, que tem acesso limitado às doses anticovid, anunciou nesta sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Egito, Quênia, Nigéria, Senegal, África do Sul e Tunísia serão os primeiros a receber a tecnologia do centro global de vacinas de RNA mensageiro da OMS, uma medida para assegurar que o continente tenha vacinas suficientes para lutar contra a pandemia e outras futuras doenças.
“Nenhum outro fato como a pandemia de covid-19 mostrou que a dependência de algumas empresas para fornecer bens públicos globais é perigosa”, afirmou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“A melhor forma de abordar emergências de saúde e alcançar uma cobertura sanitária universal é aumentar significativamente a capacidade de todas as regiões para produzir os produtos necessários”, acrescentou.
O diretor da OMS pediu de maneira insistente um acesso igualitário às vacinas para acabar com a pandemia e criticou os países ricos que estocaram doses, deixando a África muito longe do percentual necessário de imunização.
Atualmente, 1% das vacinas aplicadas na África são produzidas no continente de 1,3 bilhão de habitantes.
A OMS instalou no ano passado um centro de tecnologia de RNA mensageiro na África do Sul para respaldar a produção de vacinas de fabricantes em países de renda baixa e média, além de garantir que tenham acesso ao conhecimento sobre a técnica.
Utilizada nas vacinas anticovid de Pfizer-BioNTech e Moderna, a tecnologia RNAm provoca uma resposta imunológica ao entregar às células humanas moléculas genéticas que contêm o código de partes chave do patógeno.
Embora tenha sido concebido inicialmente para combater a pandemia de covid-19, este centro pode ampliar sua capacidade para fabricar outros produtos do setor de saúde, como insulina, remédios contra o câncer ou vacinas contra a malária, tuberculose ou aids.
A OMS afirmou que trabalhará com os seis países selecionados para planejar um programa de treinamento e apoio, para que possam começar a produzir vacinas o mais rápido possível. Esta formação começará em março.
O centro sul-africano já está produzindo vacinas de RNAm em escala de laboratório e está ampliando a medida para escala comercial.