Senadores de diversos partidos têm pressionado o presidente Davi Alcolumbre para retomar a discussão sobre o voto aberto. A iniciativa tem relação com a possível indicação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington.
A pressão vem até de parlamentares como Renan Calheiros, que defendeu o voto secreto no início do ano na eleição da presidência da Casa. Na ocasião, o Supremo Tribunal Federal foi provocado e decidiu que o posicionamento dos parlamentares não poderia se tornar público pelo risco de serem pressionados pelos votos proferidos.
Calheiros, no entanto, agora é um dos 43 senadores signatários de um requerimento de urgência para análise de um projeto que prevê voto aberto para indicação de embaixadores.
O senador Reguffe é autor de um projeto que prevê votação aberta para decisões sobre perda de mandato e prisão em flagrante de senador por crime inafiançável. Ele defende uma ampliação geral desse modelo de deliberação.
A pressão dos parlamentares surgiu efeito e levou a CCJ a aprovar uma PEC que sugere o voto aberto para eleições da mesa diretora e de presidentes e vices de comissões. O texto ainda precisa passar por dois turnos de votação em plenário antes de seguir para a análise dos deputados.
O fato é que tanto Rodrigo Maia quanto Davi Alcolumbre se comprometeram em barrar qualquer iniciativa que dificulte a ida de Eduardo para a embaixada nos Estados Unidos. Qualquer projeto nesse sentido só deve ser analisado pelo Congresso após indicação e aprovação do nome do filho do presidente da República para o cargo.