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segunda-feira, 23/12/24
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Shoppings voltam a abrir no Rio; veja restrições e o que diz especialista

Retomada de atividades deverá seguir regras como limite de lotação a um terço da capacidade dos estabelecimentos; pesquisador teme novos picos de covid-19

Shopping vazio por consequência do coronavírus (Ricardo Moraes/Reuters)

Ao contrário do que prevê o próprio plano do município para a retomada gradual das atividades na cidade, que só liberaria o funcionamento dos shoppings na quarta-feira da semana que vem, o prefeito Marcelo Crivella divulgou nesta quarta que o setor poderá abrir as portas a partir desta quinta, véspera do Dia dos Namorados. A antecipação aconteceu um dia depois de o presidente do Tribunal de Justiça (TJ-RJ), desembargador Claudio de Mello Tavares, ter autorizado a flexibilização do isolamento social para conter o avanço da pandemia do novo coronavírus, que tinha sido barrada por uma liminar. O anúncio foi feito após Crivella se reunir com representantes de 32 centros comerciais do capital.

Os shoppings só poderão abrir entre 12h e 20h e com um terço da sua capacidade. As chamadas “regras de ouro”, como uso de máscaras por clientes e funcionários, distanciamento de dois metros ou quatro metros quadrados por pessoa, disponibilização de álcool em gel e medição de temperatura, devem ser respeitadas. Outra exigência é a manutenção rigorosa dos aparelhos de ar-condicionado e a limpeza dos ambientes a cada três horas.

Áreas de convivência, incluindo espaços infantis e para jogos, seguem fechadas. Os cinemas e teatros também não estão autorizados a funcionar. Estacionamentos serão limitados a um terço, e as praças de alimentação vão operar só para delivery take away.

O comitê científico que assessora o governo deu o aval para a decisão, que tem como um dos objetivos amenizar as perdas nas vendas para o Dia dos Namorados, nesta sexta-feira. Nem todos os shoppings, no entanto, vão reabrir nesta quinta. O RioSul, em Botafogo, informou que só receberá clientes a partir de terça-feira da próxima semana. O estabelecimento ainda trabalha em um protocolo para garantir “a excelência de todos os procedimentos necessários, preservando a saúde e o bem-estar dos funcionários, colaboradores, lojistas e frequentadores”.

Já o BarraShopping, que recebia de 70 a 100 mil pessoas por dia, volta a funcionar hoje. À frente do shopping, a Multiplan diz que o NewYorkCityCenter, o VillageMall e o ParkShoppingCampoGrande também reabrirão.

— Para controlar a entrada das pessoas e respeitar o limite definido como seguro, reduzimos o número de vagas nos estacionamentos e os acessos de clientes nas portarias. As lojas também seguem regras de distanciamento — afirma Vander Giordano, vice-presidente institucional da Multiplan.

Trânsito cresce 658%

O NorteShopping e o Shopping Tijuca, administrados pela brMalls, também abrirão hoje. O mesmo foi informado pela Alliance Sonae, que administra sete estabelecimentos no Rio, como Shopping Leblon, Carioca Shopping e Via Parque.

— Temos número de mortes em queda, quase na média diária da cidade de todo ano, de 180 óbitos. Temos mais equipamentos, há um conhecimento maior da doença por parte dos profissionais da saúde. Por isso, podemos retomar as atividades sem risco e ajudar na economia da cidade — justificou nesta quarta-feira Crivella.

Integrante do comitê científico do município e presidente do Cremerj, Sylvio Provenzano disse que os técnicos deram o aval à prefeitura devido à queda na fila por leitos na rede de saúde e que a prefeitura se comprometeu a voltar atrás, se os casos da doença voltarem a crescer. Segundo a Secretaria municipal de Saúde, não há mais fila para leitos de UTI no SUS da capital e a ocupação é de 88%.

No entanto, o professor do Instituto de Medicina Social da Uerj Mario Roberto Dal Poz teme que essas medidas gerem mais aglomeração nos transportes e novos surtos da doença em duas semanas:

— São chocantes essas decisões da noite para o dia. Desorientam as pessoas e também o comércio.

Dados do Centro de Operações Rio mostram que o trânsito ontem na cidade foi 658% maior que a média das três últimas quartas-feiras.

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