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segunda-feira, 23/12/24
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Sofrer bullying de irmão triplica risco de distúrbios psicóticos

Os efeitos do bullying, porém, podem aparecer somente no início da vida adulta

Muitos estudos avaliam as consequências do bullying que acontece nas escolas e na internet. Mas, pela primeira vez, um grupo de pesquisadores se dedicou a analisar o que acontece quando o bullying vem de dentro de casa. E a notícia é triste: quem sofre bullying de um irmão ou irmã tem três vezes mais chance de desenvolver um distúrbio com sintomas psicóticos, como a esquizofrenia, no início da vida adulta.

A pesquisa, feita na Universidade de Warwick, na Inglaterra, avaliou 3.600 crianças, dos 12 aos 18 anos de idade. No início da pesquisa, elas respondiam a um questionário enorme sobre bullying. Com base nas respostas, elas foram divididas em três grupos: as que faziam bullying com seus irmãos, as que sofriam bullying de seus irmãos e as que se alternavam (faziam e sofriam bullying).

Seis anos depois, ao fim da pesquisa, poucas crianças tinham desenvolvido distúrbios psicológicos: só 55. Mas o surgimento dos sintomas estava estatisticamente associado à frequência com que essas crianças experimentavam bullying em casa. Pelos cálculos dos pesquisadores, quanto mais frequentes esses episódios, maior a chance de, aos 18 anos, os sintomas aparecerem.

Vale lembrar que correlação não é causa. Mas, para os autores da pesquisa, os resultado indicam que a experiência com bullying em casa durante a infância pode ser um forte gatilho para uma série de doenças mentais na vida adulta, especialmente para as crianças já com predisposição genética para esse tipo de distúrbio.

O estudo também avaliou o que acontece quando, além de ter que lidar com o bullying de irmãos, a criança também sofre com o mesmo problema com os colegas da escola. “As crianças passam um tempo substancial com seus irmãos no confinamento de casa. O bullying e a exclusão pode levar à sensação de derrota e culpa, além de doenças mentais sérias, como mostramos pela primeira vez”, explicam os pesquisadores. “Se o bullying acontecer em casa e na escola, o risco é maior porque, para esses adolescentes, não existe lugar seguro”.

Este texto foi publicado originalmente no site Superinteressante.

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