Universitário de 19 anos foi detido na Bahia. Em grupos, suspeito usava nome de personagem de ‘A Fantástica Fábrica de Chocolates’ e dizia administrar ‘fábrica de doces’.
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu em flagrante um universitário de 19 anos, conhecido pelo apelido de “Sr. Wonka”, suspeito de tráfico interestadual de drogas sintéticas. A detenção foi resultado da operação Acarajé Químico, desencadeada em Jequié, município de 155 mil habitantes no interior da Bahia, na última sexta-feira (30).
Segundo o chefe da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), Luiz Henrique Dourado, o suspeito dizia em grupos de WhatsApp que administrava uma “Maravilhosa Fábrica de Chocolates”. Entre os traficantes e usuários, “doces” são drogas alucinógenas, como LSD, e “balas”, comprimidos de ecstasy.
Por esse motivo, ele usava o apelido de “Sr. Wonka”, fazendo referência ao personagem Willy Wonka, do filme “A Fantástica Fábrica de Chocolates”. O nome real do suspeito não foi divulgado.
De acordo com os investigadores, o traficante estudava administração e tinha conhecimento em tecnologia da informação, o que permitia que ele agisse sem deixar rastros nas transações comerciais e nas vendas das substâncias em aplicativos. Os policiais levaram quase dois meses para localizar o universitário.
O suspeito gerenciava três grupos de WhatsApp, que, juntos, somavam 60 participantes — do DF e de outras unidades federativas do país.
O delegado-chefe da Cord disse que o suspeito enviava as drogas pelos Correios e não trabalhava com estoques em casa.
“Ele colocava a droga dento de envelopes, que eram guardados em embalagens de CDS e DVDs. Quando recebia uma demanda no WhatsApp, acionava os fornecedores e logo despachava os pedidos. Além disso, os depósitos das vendas eram feitos em contas de laranjas. Por isso, foi uma investigação muito trabalhosa”, disse Dourado.
O traficante foi preso em uma agência dos Correios em Jequié, no momento em que enviava as drogas. Com ele, os policiais conseguiram apreender cerca de R$ 8 mil em produtos: mil comprimidos de ecstasy, 300 selos de LSD, e dezenas de cristais de MDMA, o princípio ativo do ecstasy.
Segundo o delegado, o universitário responderá pelos crimes de tráfico interestadual de drogas e associação ao tráfico. Ele não tinha antecedentes criminais. Outros seis compradores do DF que recebiam encomendas desse traficante serão intimados a prestar declarações.
Agora, a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) trabalha para localizar os responsáveis por fabricar e fornecer a droga ao “Sr. Wonka”.
Prisão em Brasília
Uma jovem, de 19 anos, também foi presa em Brasília, três dias após o início da operação. Os investigadores encontraram 25 selos de LSD com a adolescente. Ela participava de um dos grupos de WhatsApp do “Sr. Wonka”.
Para a polícia, a mulher disse que revenderia a droga em festas no DF. Ela deverá responder em liberdade pelo crime de tráfico de drogas, pelo qual pode ficar de 5 a 15 anos em reclusão.