21.5 C
Brasília
quarta-feira, 25/12/24
HomeBrasíliaSuspeita de vazamento de óleo, Delta Tankers diz que não foi comunicada

Suspeita de vazamento de óleo, Delta Tankers diz que não foi comunicada

Investigadores disseram nesta sexta que um navio de bandeira grega carregado de petróleo venezuelano é suspeito de ser a fonte do óleo no Nordeste

Litoral nordestino: prais foram tomadas por manchas de óleo (Adriano Machado/Reuters)

Atenas – A empresa Delta Tankers Ltd disse nesta sexta-feira (1) que não foi contactada por autoridades brasileiras que investigam o derramamento do petróleo que atingiu praias na Região Nordeste do Brasil.

Investigadores disseram nesta sexta que um navio de bandeira grega carregado de petróleo venezuelano é suspeito de ser a fonte do óleo que tem aparecido em várias praias nordestinas desde o início de setembro.

Embora o Ministério Público Federal e a Polícia Federal não tenham divulgado o nome do navio, um documento obtido pela Reuters mostrou que o navio é o Bouboulina, de propriedade da Delta Tankers.

“Nem a Delta Tankers nem o navio foram contactados pelas autoridades brasileiras em relação à investigação”, disse a companhia em comunicado.

Investigações

Segundo a polícia, o navio atracou na Venezuela em 15 de julho, permaneceu por três dias e seguiu rumo a Cingapura, vindo a aportar apenas na África do Sul. “O derramamento investigado teria ocorrido nesse deslocamento”, afirmou a PF.

Segundo a PF, informações preliminares indicam que o navio grego está vinculado a empresa de mesma nacionalidade, “porém ainda não há dados sobre a propriedade do petróleo transportado”, o que impõe a continuidade das investigações.

A investigação criminal visa impor aos responsáveis, inclusive pessoas jurídicas, as penas do crime de poluição previsto no artigo 54 da lei ambiental, bem como o crime do artigo 68 da mesma lei, decorrente do fato de não ter havido comunicação às autoridades sobre o incidente.

Na quinta-feira (31), o presidente Jair Bolsonaro havia dito, em transmissão ao vivo no Facebook, que “está mais do que comprovado que (o óleo) é da Venezuela“.

Ao lado do secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, Bolsonaro chamou a questão de “derramamento criminoso”. “Vai fazer dois meses que o governo sabe disso e, através dos seus órgãos, está investigando e fazendo a limpeza das praias com a ajuda do pessoal da região”, disse.

As manchas de óleo avançaram até o sul da Bahia e chegaram ao município de Porto Seguro.  Segundo informações do Ibama um total de 283 localidades de 98 municípios e nove Estados no Nordeste tinham sido afetados pela maior tragédia ambiental do país em suas águas.

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo, admitiu ontem que as manchas do óleo que poluem as praias do Nordeste podem chegar às praias do Sudeste.

 

Mais acessados