O planeta, que entra em oposição com o Sol neste sábado, foi fotografado a 80 milhões de quilômetros da Terra quase totalmente iluminado pela luz solar
Ao passo em que se aproxima da Terra, Marte surge com cada vez mais detalhes. As lentes do telescópio Hubble captaram uma incrível imagem do planeta, feita quando o planeta estava a 80 milhões de quilômetros de distância da Terra, iluminado pela luz solar. Marte entra em oposição com o Sol na noite de sábado e está cada vez mais perto de nós – na segunda-feira (30), o planeta deve atingir seu ponto mais próximo da Terra em 11 anos, ficando a aproximadamente 75,3 milhões de quilômetros do nosso planeta.
Marte está tão “fotogênico” graças ao seu alinhamento com a Terra e o Sol – o que faz com que os planetas fiquem bastante próximos. Marte começou a se aproximar da Terra na semana passada – e o período de aproximação deve seguir até o fim do mês.
“Como o planeta vai estar muito próximo, poderemos observá-lo com mais detalhes durante esse período”, afirma Daniel Mello, astrônomo do Observatório do Valongo, da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Na imagem é possível observar uma névoa clara, iluminando o entorno do planeta. De acordo com os cientistas que operam o Telescópio Hubble, elas são “névoas da manhã”. A região escura a direita do planeta é identificada como a Syrtis Major Planitia, uma das primeiras características identificadas sobre a superfície marciana, descoberta no século XVII. Hoje, sabe-se que a região é um antigo vulcão inativo. Logo abaixo dessa região pode ser vista uma marca redonda no solo, que recebe o nome de Hellas Planitia, uma cratera com aproximadamente 8 quilômetros de profundidade causada pelo impacto de um meteoro no solo há 3,5 bilhões de anos.
A área avermelhada no centro é chamada Arabia Terra, uma vasta área que ocupa, aproximadamente, 4.500 quilômetros e é conhecida por ser um dos terrenos mais antigos de Marte. As regiões mais escuras do planeta, chamadas Sinus Sabaeus (a Leste) e Sinus Meridiani (a Oeste) possuem pedras e grãos de areia causados por antigos fluxos de lava vulcânica no planeta.
De acordo com a Nasa, mesmo que a aproximação entre Terra e Marte ocorra uma vez a cada 2 anos, a distância que eles atingem um do outro pode variar graças às diferentes órbitas dos dois planetas. Em 2003, foi o ano que Marte chegou mais perto da Terra em 60.000 anos: os planetas chegaram a ficar separados por ‘apenas’ 55,6 milhões de quilômetros (em parâmetros astronômicos, essa distância é relativamente pequena).