Suspeito diz que disparo foi acidental; caso ocorreu no Recanto das Emas. Vítima corre risco de ficar paraplégica ou tetraplégica, segundo Polícia Civil.
Um homem de 25 anos foi preso, nesta segunda-feira (26), após atirar no pescoço da companheira, de 23 anos. O caso ocorreu no Recanto das Emas, no Distrito Federal, após uma discussão entre o casal. O caso é investigado como tentativa de feminicídio.
O delegado à frente do caso, Pablo Aguiar, da 27ª Delegacia de Polícia (Recanto das Emas), contou que, após atirar na companheira, o suspeito enterrou a arma no quintal de casa e levou a mulher a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Aos investigadores, o homem afirmou que foi um disparo acidental. Entretanto, a mulher, que estava consciente, disse que o companheiro atirou por causa de uma discussão entre eles.
“O casal tem dois filhos em comum, de 4 e 7 anos. Em junho do ano passado, o autor atirou para o alto em decorrência de uma discussão com a companheira”, disse o investigador.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, a vítima foi levada ao Hospital de Base. O delegado informou que ela corre risco de ficar paraplégica ou tetraplégica.
Após deixar a vítima na unidade de saúde, o homem foi preso pela Polícia Militar. A corporação o levou até a residência onde, supostamente houve o crime, e localizou a arma de fogo.
Queda nos feminicídios em 2020
Segundo o levantamento mais recente da Secretaria de Segurança Pública, os casos de feminicídio caíram 46,8% na capital, em 2020. Em 2019 foram 32 vítimas, contra 17 no ano passado.
Para o secretário da pasta, Anderson Torres, o trabalho da Câmara Técnica de Monitoramento de Feminicídios, do GDF, influenciou na redução de casos. “A gente fez um estudo de todos os casos, e temos todos os dados. Com isso, sabemos que é um crime que, na maioria das vezes, ocorre dentro de casa, com arma branca e que não nasceu naquele momento, mas vem acontecendo”, explica.
“A gente precisa estabelecer uma política de prevenção. Nós temos uma campanha, o ‘Meta a colher” para quebrar aquele ditado de que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Isso precisa ser quebrado.”
As tentativas de feminicídio no DF também tiveram queda, de 32,6%. Em 2019, houve 89 registros e, no ano passado, esse número caiu para 60.
Como e onde denunciar violência contra mulheres?
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a SSP mantem canais de atendimento que funcionam 24 horas. As denúncias e registros de ocorrências podem ser feitos pelos seguintes meios:
- Telefone 197
- Telefone 190
- E-mail: denuncia197@pcdf.df.gov.br
- Whatsapp: (61) 98626-1197
Delegacias – que são consideradas serviço essencial – continuam funcionando normalmente. Trinta delas atendem em regime de plantão ininterrupto de 24h.
O DF tem duas Delegacias Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), na Asa Sul e em Ceilândia, mas os casos podem ser denunciados em qualquer unidade.
O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), também recebe denúncias e acompanha os inquéritos policiais, auxiliando no pedido de medida protetiva à Justiça.
Em casos de flagrante, qualquer pessoa pode pedir o socorro da polícia, seja testemunha ou vítima.
- Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
Endereço: EQS 204/205, Asa Sul, Brasília
Telefones: (61) 3207-6195 e (61) 3207-6212 - Delegacia de Atendimento Especial à Mulher (DEAM II)
Endereço: QNM 2, Conjunto G, Área Especial, Ceilândia Centro
Telefone: (61) 3207-7391 - Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT)
Endereço: Eixo Monumental, Praça do Buriti, Lote 2, Sala 144, Sede do MPDFT
Telefones: (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625 - Prevenção Orientada à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Contato: 3190-5291 - Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal
Contato: 180