Investigação encontrou armas ilegais e drogas na casa dos suspeitos. Policiais estão detidos em carceragem militar.
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu três policiais militares na manhã desta segunda-feira (26) durante a terceira fase da operação Torre de Babel – voltada contra o tráfico interestadual de drogas e desvio de cargas. Os suspeitos foram levados para um ala reservada a militares no sistema penal de Brasília, no prédio conhecido como “Papudinha”.
Ao todo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cinco endereços diferentes. Na casa dos detidos, segundo a Polícia Civil, foram encontrados objetos suspeitos:
- 4 armas ilegais;
- 50 munições usadas em armamentos pesados;
- Porções de crack;
- Balança de precisão.
Em nota, a Corregedoria da Polícia Militar do DF disse que está “acompanhando os desdobramentos das prisões” e que “aguarda mais informações sobre o caso”.
A corporação não informou a patente dos militares presos; há quanto tempo cada um deles está na PM; se algum procedimento administrativo será aberto; nem qual seria a origem do material apreendido.
Avião da FAB foi usado para levar presos em SC para Brasília em outubro
A operação começou com a investigação de Toninho do Pó, traficante preso em Brasília. Com ele, foi encontrada meia tonelada de maconha, mas a Polícia Civil afirma que apenas 250 kg foram apresentados na delegacia no Gama.
Na época, os policiais também teriam dito que o traficante fugiu. Tempos depois, ao ser preso, Toninho prestou depoimento ao delegado e confessou possuir uma quantidade maior da droga. A Polícia Civil disse ainda que o traficante foi mantido em cárcere privado pelos militares presos nesta segunda (26).
Os três policiais serão investigados pela práticas de cárcere privado e concussão – quando um funcionário público exige, para si ou para outra pessoa, algum tipo de vantagem indevida.
Dinheiro apreendido durante primeira fase da operação Torre de Babel, em outubro
Torre de Babel
Em uma fase anterior da operação Torre de Babel, em outubro, 46 dos 48 mandados de prisão expedidos foram cumpridos pela Polícia Civil, no DF e em sete estados.
Ao fim, a polícia descobriu se tratar se de uma organização criminosa interestadual também dedicada a roubos, furtos e desvios de cargas. O material era revendido em outros estados.
De acordo com as investigações, o chefe da organização contava com o apoio de dois “braços” para praticar roubos e furtos de cargas. Eles teriam recrutado motoristas e falsificado as notas fiscais dos produtos roubados, além de registrado falsas ocorrências de roubo e furto de carga.
Na outra frente de atuação, Toninho do Pó recebia ajuda de um homem que, segundo a polícia, mantinha “vigorosa atuação na seara do tráfico de drogas”.
O nome da operação refere-se à grande quantidade de cidades alvos da atuação do grupo criminoso e, também, ao grande número de forças mobilizadas para desarticular o esquema.