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segunda-feira, 23/12/24
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Tradicional projeto Invasão Britânica se apresenta no Velvet Pub

O projeto musical remonta cinco décadas de produção roqueira do Reino Unido

Arquivo Pessoal / Ju Oscar
Setlist com 30 faixas prevê músicas das décadas de 1966 até 2016

Embora genuinamente americano, o rock como conhecemos sofreu três impactos que o modificaram por inteiro. O primeiro deles aconteceu em meados da década de 1960, quando, ainda garotos, os Beatles se apresentaram em um programa de tevê estadunidense. Foi um estouro, repetindo o sucesso estrondoso que já faziam do lado de lá do globo. Na brecha deixada pelos meninos de Liverpool, vieram grupos como The Rolling Stones e o The Kinks.

Duas décadas depois, situação parecida se repetiu com os obscuros The Cure, Depeche Mode e Tears for Fears. Adicione alguns punhados de anos e uma nova invasão britânica domina não apenas os EUA, mas todo o cenário musical do planeta. Era a vez do britpop dar as caras. Oasis, Coldplay e companhia provavam que não era sorte ou acaso. Os britânicos sabem, de fato, a fórmula para fazer rock.

Essas cinco décadas de música, som e fúria serão sintetizadas no show da Invasão Britânica, que acontece amanhã no Velvet Pub com Ju Oscar (guitarra), Fernando Brasil (voz e guitarra), Tharsif Campos (contrabaixo), Txotxa (bateria) e Pedro Moris (teclado) nos palcos. Os músicos receberão amigos e convidados, no que promete ser uma grande noite de celebração ao gênero em sua faceta oriunda do Reino Unido, uma reverência que passeia dos veteranos aos indies do momento. Na primeira parte do show, o DJ DOS assegura a diversão.

“O show acontece desde 2008 nesse formato. Sempre fazemos na semana depois do Natal”, pontua Ju Oscar. “É uma comemoração e há um clima de confraternização, mas não deixamos de lado a esfera musical”, adianta o guitarrista. No setlist, 30 músicas pinçadas para, a cada grupo de cinco, representarem uma década diferente. Mas não espere uma listagem didática ou engessada. “Optamos pelas bandas mais importantes mas também ao gosto musical de cada um. Não fica algo muito careta, tem uma abrangência geral e o lado B, algo que a gente adora”, explica Oscar, que também toca na banda Phonopop.

O projeto bem-sucedido comercialmente surgiu como uma forma de manter financeiramente a banda autoral. “Nos anos 2000, havia um espaço maior para os shows das bandas autorais no DF, nos beneficiamos muito disso nessa época, em que surgiram bandas de expressão, inclusive nacionalmente, como o Móveis Coloniais de Acaju. Só que, no nosso caso, nunca deu muito retorno financeiro. Esse projeto surgiu como uma forma de arrecadar dinheiro para a banda viajar, fazer shows, e até moramos um tempo no Rio de Janeiro com a renda obtida com a Invasão Britânica ajudando nos custos com aluguel”, explica.

Se, atualmente, o tributo está em alta, amanhã, ele espera dias melhores para as músicas próprias. “Pretendemos lançar um single no começo do ano com o Phonopop”, adianta Ju Oscar.

Solo fértil

Uma comprovação que a cena britânica não caiu no ostracismo é a inclusão de lançamentos da última década na sequência de faixas. A renovação geracional é constatada em escolhas como a faixa Aviation, da banda The Last Shadow Puppets, composta pelos cantores Alex Turner (do Artic Monkeys) e Miles Kane (do The Rascals).

Solo fértil, o Reino Unido é berço de bandas indissociáveis do rock mundial, sejam as mais underground, ou aquelas que passeiam com conforto pelo mainstream. “O rock britânico é um mercado muito forte. Mesmo entre as bandas independentes, há sempre uma novidade. Sempre é possível pescar algo bom que venha de lá. Mesmo bandas mais antigas, como o The Jesus and Mary Chain, procuram se reinventar”, comenta Ju Oscar, citando como exemplo, o anúncio de que estão trabalhando em um disco de inéditas. Damage and joy tem previsão de estreia em março de 2017 e sucede Munki, de 1998.

Invasão Britânica e convidados

Amanhã, às 22h, no Velvet Pub (102 Norte, Bl. B, ljs. 28/32; 3327-1950). Ingressos a R$ 20 até 23h, e R$ 25, após. Não recomendado para menores de 18 anos.

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