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sábado, 23/11/24
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Três meses após acidente com morte na L4 Sul, polícia do DF não concluiu inquérito

Investigação deveria ter sido finalizada em 30 dias; mãe e filho foram vítimas de suposto ‘racha’ entre três carros. Polícia Civil diz que pediu mais tempo à Justiça e aguarda retorno para prosseguir.

O inquérito que investiga a morte de mãe e filho em um acidente na L4 Sul, em Brasília, em abril deste ano, ainda não foi concluído. No próximo domingo (30), a investigação – que deveria ter sido finalizada em 30 dias – completa três meses. A família morreu após o carro em que estava ser atingido por um veículo que praticava um suposto “racha” (corrida irregular) com outros dois carros.

A Polícia Civil informou, em nota, que encaminhou o inquérito à Justiça “com o que havia sido produzido” e solicitou “mais prazo para a conclusão dos trabalhos”. A investigação é conduzida pela 1ª DP, na Asa Sul.

A polícia informou que aguarda retorno da Justiça para dar prosseguimento às investigações, mas não deu uma nova previsão para a conclusão. O documento é que vai apontar se realmente houve disputa de “racha”.

Para o advogado da família, Tiago Pugsley, a velocidade dos veículos apontada no laudo pericial não deixa dúvidas de que os carros estavam disputando corrida irregular. Em junho deste ano, ele informou que entraria na Justiça contra os três envolvidos no suposto “racha” por homicídio doloso, além de reparação cível por dano moral e material.

Relembre

O acidente ocorreu no dia 30 de abril, na L4 Sul próximo à Ponte das Garças. Por volta das 19h30, Cleusa Maria Cayres e Ricardo Clemente Cayres, de 69 e 46 anos respectivamente, voltavam de uma festa para casa.

O veículo em que estavam foi atingido por um carro, invadiu o gramado, bateu em uma árvore, voltou para a pista e capotou em seguida. As duas vítimas estavam no banco de trás e morreram na hora, segundo os bombeiros.

Outras duas pessoas que estavam no carro, o genro da vítima, que dirigia, e o marido dela, que estava no banco do carona, sobreviveram. No local, testemunhas disseram aos bombeiros que havia três carros em alta velocidade no momento do acidente.

Mãe e filho morreram em acidente de trânsito provocado por dois carros que faziam

Mãe e filho morreram em acidente de trânsito provocado por dois carros que faziam “racha” na L4 Sul, em Brasília .

Na direção dos carros que se envolveram no acidente estava o sargento do Corpo de Bombeiros Noé Albuquerque, o advogado Eraldo José Cavalcante Pereira (cunhado de Noé), que teria provocado a batida, e Fabiana Oliveira (irmã de Noé).

Perícia

No dia 14 de junho, laudo pericial da Polícia Civil revelou que o carro que causou o acidente estava a uma velocidade de 110 km/h, enquanto o carro da família trafegava na velocidade da via, de 60 km/h. Fabiana, segundo o laudo, dirigia a 55 km/h. Não há informações sobre a velocidade do carro de Noé no momento do acidente.

A Polícia Civil confirmou as informações contidas do laudo, mas disse que o documento havia “vazado”. A corporação disse ainda que só se manifestaria oficialmente sobre o inquérito após a conclusão das investigações

Um dos carros envolvidos em suposto racha na L4 Sul estava muito acima da velocidade

Um dos carros envolvidos em suposto racha na L4 Sul estava muito acima da velocidade

A perícia também concluiu que a pista estava seca, em boas condições e com grande visibilidade. O laudo indicou ainda que o carro que causou o acidente não tinha problemas nos freios. “Iniciou-se o processo de derrapagem na pista, vindo a colidir com o meio-fio e iniciar o processo de capotamento. Durante o capotamento, colidiu com uma árvore voltando à pista”, diz o documento.

No dia 30 de maio, prazo inicial estimado para que inquérito estivesse concluído, a Polícia Civil informou que a apuração estava “praticamente concluída”, mas que faltava a análise do laudo pericial. No protocolo, inquéritos têm prazo inicial fixado de um mês para conclusão.

Confissões

Racha entre três carros provoca a morte de duas pessoas no DF

Racha entre três carros provoca a morte de duas pessoas no DF

No dia seguinte ao acidente, 1º de maio, o sargento dos bombeiros Noé Albuquerque confessou, em depoimento à polícia, que o grupo tinha consumido bebida alcóolica momentos antes do acidente, mas negou que estivessem disputando a corrida ilegal.

Noé também disse à polícia que “tomaram uma latinha, algo assim” durante o domingo, mas que ele e o cunhado não estavam embriagados quando houve a colisão. Quando agentes do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) chegaram ao local, cerca de meia-hora após o acidente, Eraldo José Cavalcantte tinha fugido, sem prestar socorro às vítimas.

Noé também não foi encontrado no dia do acidente. Em depoimento, o militar afirmou que Eraldo fugiu para socorrer a esposa, que estava ferida. Ambos se apresentaram à polícia no dia seguinte, prestaram depoimento e foram liberados.

Motorista do terceiro carro, Fabiana Oliveira, irmã do bombeiro, não fugiu do local, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro. Fabiana foi ouvida no dia do acidente, mas foi liberada em seguida.

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