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segunda-feira, 23/12/24
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Tubulação desconectada pode ser a causa de explosão em prédio no Rio

Explosão ocorreu no 10º andar do Edifício Canoas, em São Conrado.
Acidente provocou danos nos 72 apartamentos do prédio de 19 andares.

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Peritos que avaliam o prédio onde ocorreu uma explosão na manhã desta segunda-feira (18), danificando todos os apartamentos do edifício de 19 andares, descobriram que uma tubulação de gás estava desconectada. A informação reforça a principal hipótese sobre a causa do acidente, a de um vazamento de gás.

Foram feitas duas perícias no prédio. Uma estrutural, que já descartou o risco de desabamento, e outra para saber o que causou o acidente. Os peritos recolheram um pedaço do aquecedor de gás que ficava no apartamento que explodiu, o 1001, e foi parar no playground do prédio vizinho. A probabilidade maior é de que havia gás acumulado em alguma parte do imóvel que explodiu.

Quatro pessoas ficaram feridas no acidente. Quem se feriu com maior gravidade foi o morador do apartamento onde ocorreu a explosão. Ele foi identificado como o alemão Markos B. Maria Muller, de 51 anos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a vítima teve 50% do corpo queimado. Ele passou cirurgias por causa dos ferimentos no tórax, rosto, pescoço e no abdômen e seu estado de saúde é considerado grave, na UTI.

Outras três pessoas tiveram ferimentos leves e foram atendidas no local, sem precisar de atendimento hospitalar.

Imóveis devastados
A destruição provocada pela explosão impressionou os moradores. Máquina de lavar louça foi parar na piscina, aparelho de ar condicionado destruído no chão, grades retorcidas, janelas e paredes arrebentadas. Eletrodomésticos despencaram de uma altura de mais de 30 metros. Uma câmera da loja Tempero e Doce, que fica ao lado do condomínio, registrou destroços despencando na hora da explosão.

A explosão aconteceu pouco antes das seis da manhã, num apartamento do décimo andar do edifício de 19 andares, mas danificou todos os 72 apartamentos. Os mais prejudicados ficam entre o oitavo e o 13 andar.

A explosão foi tão forte que atingiu prédios vizinhos. Ao longo de toda a segunda-feira, muitos homens da prefeitura trabalharam na região para limpar a sujeira. À tarde, escombros eram jogados das varandas. Os funcionários da prefeitura retiravam o que poderia despencar e também removiam o material que se acumulou na laje do oitavo andar.

Por volta das 16h30, os moradores puderam voltar ao Edifício Canoas para buscar os pertences que ficaram nos apartamentos. Cada grupo teve até 10 minutos para entrar nos imóveis, até o início da noite. Uma das moradoras retirou o cão, que segundo ela estava debaixo da cama, assustado.

Cenário de guerra
O edifício tem 19 andares e 72 apartamentos. A área foi isolada e bombeiros dos quartéis da Gávea e de Copacabana trabalhavam no local durante todo o dia. Pedaços de concreto, de janelas e madeiras ficaram espalhados até por edifícios vizinhos.

Uma base foi montada no prédio ao lado para receber os moradores do edifício atingido pela explosão. O local será usado para passar as informações dos trabalhos dos bombeiros e da Defesa Civil.

O prédio vai ficar interditado por pelo menos 48 horas.

De acordo com o síndico, Jorge Alexandre Oliveira, o prédio é todo segurado, mas os moradores terão de arcar com os prejuízos em cada apartamento. A seguradora informou que, até a noite desta segunda, não havia cálculo do valor que será gasto.

Moradores assustados
O ator da TV Globo Mouhamed Harfouch mora há seis anos em frente ao prédio que explodiu. Segundo ele, o deslocamento de ar foi muito grande.

“Foi muito assustador, você não entendia o que estava acontecendo. Você ouvia a explosão, mas o barulho não terminava. Eu fui ao meu banheiro, um cheiro de queimado, os vidros da janela do banheiro todos quebrados. O meu play está todo acabado. Eu só falei: ‘Amor, pega a nossa filha e sai para a escada'”, relatou o ator ao Bom Dia Rio.

Segundo outra moradora do prédio vizinho, Mariana Ruopp, os moradores acordaram assustados. “Foi muito alto, o prédio é perto do meu. O meu apartamento ficou com as portas empenadas”.

Outra vizinha, Eleonora Martins, disse que o barulho foi ensurdecedor. Ela contou também que algumas janelas da sua casa foram quebradas por causa da explosão. O barulho foi tão forte que os moradores da Rocinha, comunidade vizinha ao prédio, também relataram o estouro nas redes sociais.

A estudante Renata Gonçalves mora no Edifício Canoas e contou que estava no quarto, dormindo e acordou assustada com os vidros da janela caindo em cima dela.

“Não sei como não me feri. Meu quarto está todo destruído. Saí, peguei meu chinelo. Começaram a falar que era para descer na hora. Um vizinho bateu na porta falando para pegar as coisas mais importantes e descemos. Não sabia o que era mais importante, entrei em desespero e desci de camisola mesmo. Peguei minha bolsa, com meus documentos, celular e carregador e desci correndo”, disse a estudante.

Espantada com tamanha destruição por todos os andares do edifício, ela chegou a pensar que poderia ser a obra do metrô que acontece em frente ao prédio e temeu que o prédio estivesse caindo: “Foi desesperador”, afirmou.

De acordo com José Alencar, que mora no 17º andar, diversos apartamentos foram danificados. “Foi horrível, um cenário de guerra. Fui pegar o elevador e o havia caído. Cheguei no 10º andar e não tem 10º andar e você começa a entrar em pânico.  Enfim, cenário de guerra. Eu não sei nem como está a garagem, mas a portaria está destruída. O meu maior temor é sobre a estrutura do prédio. Na hora que deu a explosão, ele [o prédio] não só abalou como ele deu uma recuada para baixo. Tem que fazer um parecer  para saber se vamos voltar ou não voltar. Temos que saber se esse bicho vai sair ou não”, disse José Alencar.

O prefeito Eduardo Paes foi para o prédio atingido pela explosão para acompanhar os trabalhos do Corpo de Bombeiros. De acordo com as primeiras informações, Paes confirmou a chance da explosão ter sido provocada por um vazamento de gás. “Isso tem que ser investigado e apurado”, afirmou.

Fonte: g1

 

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