A megalópole formada por São Paulo e Rio de Janeiro é a única da América Latina e aquela com a menor renda mediana, segundo Euromonitor
São Paulo – As 20 megalópoles do planeta concentram 9% da população e 35% do PIB (Produto Interno Bruto) global, o equivalente a 30 trilhões de dólares, de acordo com um relatório da consultoria Euromonitor divulgado nesta semana.
Megalópoles, termo popularizado pelo geógrafo francês Jean Gottmann em um livro de 1961, são aglomerações de duas ou mais metrópoles que formam uma área urbana contínua e integrada.
“Elas sediam as instituições líderes na política, na educação e nos negócios e assim tem uma influência enorme na direção da economia global”, escreve a Euromonitor.
Há 20 megalópoles no planeta. Sete estão na América do Norte, incluindo a maior delas: Boston-Washington, com um PIB de US$ 4,5 trilhões. Se fosse um país, seria a quarta maior economia do planeta, atrás apenas de EUA, China e Japão.
A Europa tem três megalópoles e a Ásia-Pacífico tem sete. Elas são parte importante do plano de desenvolvimento do governo chinês, que trabalha para ter 19 supercidades integradas por trens de alta velocidade, por exemplo.
A megalópole formada pela concentração de São Paulo e Rio de Janeiro é a única da América Latina e também aquela com a menor renda mediana.
SP-RJ também é onde as pessoas gastam uma maior proporção da sua renda mediana com transporte (19,1%) – um dos maiores desafios, aliás, para que as megalópoles atinjam seu potencial.
A falta de transporte ferroviário de alta velocidade é destacada como uma deficiência especialmente das megalópoles americanas.
O Norte da Califórnia, por exemplo, tem visto a caríssima São Francisco perder escritórios de empresas para cidades como Austin e Seattle quando eles poderiam migrar para cidades menores e mais baratas da própria região, como Sacramento.
De forma geral, a consultoria nota que governos e empresas precisam entender que a força das megalópoles vem de fatores como economias de escala e mercados de trabalho densos, e investir para potencializá-los.
“Conectividade importa mais do que tamanho”, resume o indiano Parag Khanna, autor do livro “Connectography” e pesquisador do Centro de Ásia e Globalização na Escola Lee Kuan Yew da Universidade Nacional de Singapura.