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segunda-feira, 23/12/24
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Uso de cigarro eletrônico não ajuda a largar o vício

De acordo com uma nova análise realizada pela Universidade da Califórnia, em São Francisco, os cigarros eletrônicos – muitas vezes utilizados para auxiliar no abandono do cigarro convencional – podem causar o efeito contrário

Há quem veja o cigarro eletrônico como um instrumento para abandonar aos poucos o hábito de fumar. Uma pesquisa publicada nesta quinta-feira, realizada pela Universidade da Califórnia em São Francisco, nos Estados Unidos, revelou que, na verdade, acontece o oposto: quem usa o modelo eletrônico é 28% menos propenso a parar de fumar.

Os resultados, publicados na revista científica The Lancet Respiratory Medicine, foram obtidos a partir de uma revisão sistemática de estudos já realizados anteriormente sobre o assunto. Trata-se do maior levantamento já feito para avaliar se os cigarros eletrônicos de fato ajudam fumantes a parar de fumar.

Para o estudo, foram analisadas 38 pesquisas que associam o uso de cigarros eletrônicos com o abandono do hábito de fumar entre adultos, incluindo estudos observacionais e clínicos. Fizeram parte da análise fumantes que queriam abandonar o cigarro e também aqueles que não pretendiam parar de fumar. “Não há dúvidas de que uma tragada em um cigarro eletrônico seja menos perigosa do que uma tragada em um cigarro convencional, o mais perigoso do cigarro eletrônico, contudo, é o fato de que ele pode manter uma pessoa fumando os cigarros tradicionais”, disse Stanton Glantz, co-autor do estudo.

Ao contrário do cigarro convencional, o cigarro eletrônico não é feito de tabaco. Embora contenha nicotina, não tem as substâncias cancerígenas do cigarro comum, como o alcatrão e os derivados do benzeno. Com essas características, para muita gente que não consegue largar o hábito das tragadas diárias, o cigarro eletrônico representa a possibilidade de, pelo menos, fumar sem se contaminar com substâncias altamente tóxicas. No Brasil, a venda e a importação – mas não o uso – de cigarros eletrônicos são proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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