Não estamos falando de Grand Theft Auto ou Call of Duty. Mas de um game sobre os protestos pró-democracia em Hong Kong
Na selva de concreto de uma metrópole moderna, um jovem de preto se prepara para enfrentar policiais hostis, armados com gás lacrimogêneo e munições. Mascarado e com capacete, ele se move por barricadas de metal, carros em chamas e letreiros de neon piscando, a um passo de ser preso, ou algo pior.
Não estamos falando de Grand Theft Auto ou Call of Duty. Mas de um game sobre os protestos pró-democracia em Hong Kong.
Desenvolvido em uma semana por um grupo de estudantes e profissionais de escritórios, o Liberate Hong Kong é uma simulação em primeira pessoa e extremamente rudimentar do movimento muitas vezes violento contra a China, que controla a cidade semiautônoma desde meados do ano.
O jogo mostra a experiência sombria de um manifestante da linha de frente que se esquiva de projéteis da polícia. O game será lançado este mês nas versões para PC e realidade virtual, disseram os desenvolvedores.
A team created this “Liberate Hong Kong” game simulating the on-going #HongKongProstests . The scenarios take references of the real protest scenes. Guess this could become a protest “mind gym”?
Video credit: Liberate Hong Kong Game Team pic.twitter.com/3CEld3wF3Z
— Josie Wong (@JosieWonghk) 25 de outubro de 2019
Os desenvolvedores do Liberate Hong Kong esperam que a simulação do movimento democrático da cidade ajude pessoas de fora a entenderem melhor o que está acontecendo nas ruas de Kowloon e Wanchai. Desenvolveram o jogo após a decisão da Activision Blizzard de banir o jogador Ng Wai Chung, mais conhecido como Blitzchung, por ter organizado um protesto improvisado durante um webcast após o jogo.
Para tornar o jogo mais fiel à vida real, os desenvolvedores gravaram cantos diretamente das ruas de Hong Kong e recriaram expressões de protesto, desde slogans pintados com spray até o criativo “Lennon Walls” em post-its que se espalharam pela cidade.
Gamer Blitzchung streams footage of controversial video game ‘Liberate Hong Kong’ https://t.co/DCGODV27Wx pic.twitter.com/vqII4CuaIa
— AsiaOne (@asiaonecom) 29 de outubro de 2019