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terça-feira, 24/12/24
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Vírus zika é encontrado em pernilongo comum, diz estudo

Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz encontrou o vírus na glândula salivar do mosquito, mas ainda não é possível afirmar que ele transmite a doença

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Embora ainda precise de confirmação, a descoberta indica que o mosquito Culex (pernilongo comum) pode ser um novo vetor de transmissão do vírus zika, além do Aedes aegypti(VEJA.com/Folhapress)

Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Pernambuco encontraram o zika vírus ativo na glândula salivar e no intestino do mosquito Culex (pernilongo comum). A revelação sugere que o pernilongo poderia ser um novo vetor de transmissão da doença, além do Aedes aegypti.

“Para concluir isso (em definitivo), só falta identificar em campo a espécie de mosquito infectada com o vírus da zika. Nas casas e onde acontecem registros do vírus estão sendo coletados mosquitos das duas espécies. Trazemos esse material para o laboratório e fazemos os testes moleculares para detectar o vírus nesses mosquitos. Após analisar uma grande quantidade de amostras, poderemos ter uma ideia se o Aedes é o vetor exclusivo, se existem outros vetores e qual a importância de cada um na transmissão”, afirma Constância Ayres, autora da pesquisa.

 A conclusão se deu após a cientista realizar, em laboratório, três infecções em cerca de 200 mosquitos Culex criados em laboratório. No experimento, a pesquisadora alimentou os pernilongos por sete dias com sangue infectado pelo zika. Análises posteriores mostraram que o vírus se manteve ativo nos insetos. “Isso significa que o atual vírus conseguiu escapar de algumas barreiras no mosquito e chegou à glândula salivar”, explicou a pesquisadora durante o workshop A, B, C, D, E do vírus zika.

A presença do Culex em zonas urbanas do país supera em 20 vezes a incidência do Aedes, conforme os especialistas da Fiocruz. Ele também constituiria uma ameaça maior, por estar disseminado quase em todo o mundo, e por ter facilidade de reprodução em água suja – ao contrário do vetor comum de dengue, zika e chikungunya.

Cautela – Apesar do achado, especialistas dizem que o fato de o Culex ser “infectável” não indica obrigatoriamente que ele possa transmitir zika. “O experimento ainda é muito preliminar”, disse Margareth Capurro, bióloga do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Balanço – De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), há 134 mil casos suspeitos de zika no continente e 2.765 confirmados. A organização destaca que, pelo fato de 80% das vítimas serem assintomáticas e ainda existir dificuldade de diagnóstico, esses números não representam o surto.

(Com Estadão Conteúdo)

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