A empresa que opera o monumento símbolo de Paris mudou a estratégia e agora foca na população local. Antes do coronavírus, estrangeiros eram maioria
O número de visitantes da Torre Eiffel em Paris, atingida pela crise de saúde, “caiu 80% em relação a 2019 (…), e o volume de negócios, 70%”, disse nesta sexta-feira (23) à AFP Isabelle Esnous, diretora de comunicação da empresa que administra o monumento.
O balanço da perda de visitantes da Torre Eiffel, devido à pandemia da covid-19, é muito significativo: “2.500 visitantes por dia para um monumento com capacidade para 25.000“, afirmou o presidente da Sociedade de Exploração da Torre Eiffel (SETE), Jean-François Martins, à rede RTL. “Desde a volta das férias, estamos entre 10% e 20% da nossa frequência usual”, acrescentou.
Mesmo que o início do intervalo do outono, também conhecido como Todos os Santos, tenha produzido um pequeno aumento, “mantém-se muito abaixo das médias anteriores”, disse ele.
As medidas restritivas que acompanham a crise de saúde na França causaram esse declínio. Além do distanciamento físico que obriga os elevadores da Torre a funcionarem com metade de sua capacidade, agora há um toque de recolher que evita seu habitual fechamento à meia-noite nos finais de semana.
É, no entanto, especialmente a ausência de turistas que prejudica os números, porque o monumento recebe, em condições normais, “de 80% a 85% dos estrangeiros“, disse Isabelle Esnous.
A clientela atual é “local”: “parisienses, da região parisiense [em torno de Paris] e franceses”, afirma Martins, que já foi responsável pelo setor de turismo na prefeitura e Paris. A empresa operadora do monumento decidiu, então, mudar sua estratégia.
Estamos nos concentrando na população local em busca de mais passeios em família“, explica sua diretora de comunicação. No primeiro andar da Torre, foi planejado um passeio para que as crianças conheçam a história do monumento e, em breve, será lançado “um grande jogo de caça às pistas”, completou. É “o melhor momento para se redescobrir a Torre”, garantiu o presidente da SETE.
Com a queda no atendimento, não é mais necessário fazer fila para ter acesso e “a visita é mais confortável”, confirma Isabelle Esnous. A SETE também aproveita o período para realizar trabalhos de pintura e manutenção dos elevadores “para melhorar a qualidade da visita, para quando mais visitantes chegarem”, contou Jean-François Martins. “Estamos ansiosos para que chegue 2024, os Jogos Olímpicos e o lugar central que a Torre ocupará para o evento.”