Aprender a escrever o nome, ler a Bíblia, tirar carteira de motorista e até abrir o próprio negócio. Esses são alguns sonhos dos participantes da aula inaugural do projeto. A aluna Alzira França, funcionária terceirizada do MPDFT, já participa do curso desde o início do ano e conta que a sua caligrafia está bem melhor. “Gosto muito de ler, mas ainda tenho dificuldades e, por isso, vou continuar”, afirma. Já Clarionice Lima comemorou a oportunidade. Ela nunca conseguiu estudar, mas sempre estimulou os três filhos. “Todos são formados. Dei aos meus filhos o que eu não tive, mas agora quero aprender também”, explica a funcionária terceirizada do TJDFT.
A aula inaugural foi conduzida pelas promotoras de Justiça de Defesa da Educação Márcia da Rocha e Catia Vergara e contou com a participação de representantes do TJDFT e da Secretaria de Educação do DF. O projeto terá a duração de oito meses, com aulas de terça a sexta-feira.
Projeto – Idealizado pela Proeduc, o projeto tem como objetivo devolver aos terceirizados analfabetos ou semianalfabetos do MPDFT e do TJDFT a cidadania que lhes foi retirada ao passarem pela idade escolar sem aprender a ler e a escrever. Para a promotora de Justiça Márcia da Rocha, “a iniciativa tem uma importância crucial dentro do MPDFT e do Poder Judiciário porque envolve todos os integrantes das Instituições sensíveis à questão da educação”.
O projeto foi finalista na categoria Comunicação e Relacionamento no 5º Congresso Brasileiro de Gestão do Ministério Público, realizado em outubro de 2014. Os próprios servidores do MPDFT atuam como professores alfabetizadores, depois de passarem por uma capacitação concedida pela Coordenação de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação do DF. A primeira turma com 33 alunos se formou em maio de 2015.