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segunda-feira, 23/12/24
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Zelensky discursa em Davos e pede mais sanções contra Rússia

O presidente da Ucrânia também recriminou contra o Ocidente, que não forneceu suporte em 2014 contra a Rússia

(AFP/Fabrice COFFRINI)

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, discursou nesta segunda-feira, 23, na sessão de abertura do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

Falando em vídeo transmitido na sala principal do Fórum de Davos, que estava lotada de pessoas, Zelensky pediu “sanções máximas” contra a Rússia.

No final de sua fala, Zelensky foi aplaudido de pé pelo público presente.

O presidente da Ucrânia pediu um “completo embargo ao petróleo russo”, e que” todos os bancos russos sejam excluídos dos sistemas globais e que não haja comércio com a Rússia. Não deveria haver nenhum comércio com a Rússia”.

Para ele, é necessário usar todos os “meios diplomáticos”, pois a Ucrânia sozinha não consegue lutar contra a Rússia.

“Esse é o momento em que se decidirá se a força bruta dominará o mundo ou não”, disse Zelensky, “e se isso acontecer, não fará mais sentido organizar cúpulas como a de Davos”.

O presidente ucraniano disse que “a Rússia se tornou um estado de criminosos de guerra”.

Zelensky também disse que a Ucrânia oferece ao mundo “um precedente do que pode acontecer quando uma guerra destrói a liberdade das pessoas”.

“Vemos que o mundo escuta e acredita na Ucrânia, mas precisamos aprender a como prevenir esse tipo de guerra no futuro. Não esperem que a Rússia use armas químicas, biológicas e nucleares. Protejam a liberdade, para que a Rússia e qualquer outro país do mundo que pense em invadir seu vizinho tenha sanções imediatas”, disse o presidente ucraniano.

“Sou grato ao mundo, não percam esse sentimento de unidade, é o sinal da força que os russos temem”, disse Zelensky, “Espero que cada um de vocês consiga acordar de manhã se perguntando: o que posso fazer pela Ucrânia hoje?”.

Zelensky faz apelo para a reconstrução da Ucrânia

O presidente da Ucrânia pediu a retirada completa de todas as atividades econômicas e comerciais de outros países da Rússia, para que não contribuam, até indiretamente, com os “interesses sanguinários” de Moscou.

Em seguida, ele convidou os países do mundo para a reconstrução da Ucrânia.

“Oferecemos ao mundo a oportunidade de abrir um precedente para o que está acontecendo, quando alguém tenta destruir um país vizinho”, disse Zelensky, “eu convido todos a participar dessa reconstrução”.

Segundo o presidente da Ucrânia, será necessária uma “quantidade de trabalho enorme” para reconstruir a Ucrânia.

“Tivemos perdas por mais de meio trilhão de dólares. Precisamos reconstruir cidades e indústrias inteiras”, disse Zelensky, salientando como países e empresas que ajudarão a reconstruir a Ucrânia poderão ter “patrocínio” sobre certas cidades e setores.

Zelensky disse esperar que os países apresentem ofertas de reconstrução na Conferência sobre a Reconstrução da Ucrânia, que será realizada em Lugano, na Suíça, nos dias 4 e 5 de julho.

Risco de crise alimentar mundial

Respondendo a uma pergunta do fundador do Fórum de Davos, Klaus Schwab sobre o risco de uma crise alimentar mundial, Zelensky disse que seu governo está atuando para evitar que isso ocorra.

“Falamos com a Comissão Europeia, Reino Unido, Suíça, Polônia e ONU e pedimos que tomem medidas para um corredor para a exportação do nosso trigo e cereais”, explicou, “caso contrário a escassez de alimentos terá efeitos no mundo e haverá um prolongamento da crise”.

A Ucrânia é um dos maiores fornecedores de cereais do mundo. Quase 20% de todos os cereais exportados do mundo vêm de Russia e Ucrânia.

Presidente da Ucrânia critica Ocidente sobre falta de ajuda em 2014

O presidente da Ucrânia, agradeceu mais uma vez ao Ocidente por seu apoio à Ucrânia no período que antecedeu o conflito e também durante a invasão russa.

Entretanto, ele recriminou sobre a falta de ajuda em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia.

“A Rússia começou sua guerra contra a Ucrânia em 2014. Somos gratos por esse apoio [do Ocidente], mas se isso tivesse acontecido naquela época, imediatamente – essa unidade, essa pressão sobre governos e empresas – a Rússia teria iniciado essa guerra? Tenho certeza que a resposta seria não”, disse Zelensky em Davos.

Carlo Cauti viajou para Davos a convite da Ambipar (AMBP3)

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