O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez nesta segunda-feira (11) um novo apelo por mais ajuda militar, num momento em que Kiev se prepara para as que prometem ser as maiores batalhas da guerra com os russos, no leste do país.
Em discurso virtual a parlamentares da Coreia do Sul, Zelensky pediu equipamentos militares, pressionando Seul a se comprometer a entregar mais do que a assistência humanitária e auxílio não letal que forneceu até o momento.
Agradecemos a Coreia do Sul pela ajuda que ofereceu até agora, mas, para sobrevivermos à guerra com a Rússia, precisamos de mais ajuda”, disse Zelensky, em pronunciamento de cerca de 15 minutos.
A Ucrânia vem intensificando apelos por equipamentos militares pesados para enfrentar tanques e ataques com artilharia que deverão acontecer na região de Donbas, no leste do país. Tanto os ucranianos quanto os russos estão deslocando tropas e armas para a região.
O principal objetivo da Rússia, no momento, é conquistar áreas de Donbas que ainda não estão sob controle de Moscou.
Milhares de mortos em Mariupol
Zelensky acredita que há “dezenas de milhares” de mortos no porto sitiado de Mariupol, no sul do país. Em uma aparição por vídeo, Zelensky afirmou que a Rússia “destruiu completamente” a cidade.
“Os russos destruíram totalmente Mariupol e a queimaram até reduzi-la a cinzas. Ao menos, dezenas de milhares de cidadãos de Mariupol devem ter morrido”, disse o mandatário ucraniano aos legisladores sul-coreanos.
“Senhoras e senhores, vimos, muitas vezes, devastação dessa magnitude no século XX”, afirmou em um pedido de assistência militar, desde aviões a tanques para “salvar as vidas de pessoas comuns”.
Nesta segunda, o comando da Marinha ucraniana afirmou que se prepara para a “batalha final” em Mariupol, após um cerco de mais de 40 dias e esgotar suas munições, lamentando a falta de ajuda “do comando do exército e do presidente” Zelensky.
A Coreia do Sul entregou à Ucrânia quase 1 bilhão de wons (800.000 dólares) de armamento não letal, como capacetes e equipamentos médicos, indicou o ministério da Defesa da Coreia do Sul à AFP nessa segunda.